Eis aí uma questão que poucas pessoas pensam. E talvez façam muito bem, porque o importante é viver… E estar vivo. O quê, aliás, nem sempre foi fácil. A preocupação diária em sobreviver, por si só, dificulta as pessoas de estarem filosofando. Outras, por comodidade, digamos por preguiça mental, aceitam a primeira explicação que se lhes dá. O mais comum é se dedicar a uma determinada religião e acreditar nela, ou fingir que acredita.
As principais religiões do Mundo (católica, evangélica, hebraica, muçulmana e budista) pregam que existe um Deus único, universal, que tudo criou, tudo sabe e tudo governa. Um Deus bom e misericordioso. Assim então ficou mais fácil. Basta ter fé, rezar, frequentar os templos e os cultos. Ler os livros sagrados, como p. ex. a Bíblia, o Alcorão ou o Torá. Procurar ser bom e pronto, não haveria mais sofrimento na Terra (guerras, doenças, maldades e tragédias de toda a espécie).
Deus ou a natureza dotou o homem de inteligência. Um ser que pensa. E o homem começou a pensar… E a questionar: – Há os que acreditam em deus, os que fingem acreditar; e os que não acreditam. Isso tudo é irrelevante. Uma pessoa que diga que tem certeza de que Deus existe pode estar mentindo para si própria. Da mesma forma, quem afirmar que um deus não existe, poderá estar fazendo o mesmo.
A diferença entre Religião e Ciência é que a primeira traz respostas e a segunda, perguntas. O filósofo grego Sócrates, autor da frase: “Só sei que nada sei” e quê, por isso, foi condenado à morte, tendo que beber veneno (cicuta). Foi condenado porque não conseguiam responder-lhe as perguntas. As explicações de cunho religioso são baseadas em aspectos subjetivos, isto é, não comprovados cientificamente. Leiam em Gênesis sobre a criação do Universo; Adão e Eva; etc. Então saberão do que estou falando. Outros livros sagrados trazem histórias parecidas.
Dotado de inteligência, o homem começou a usar o raciocínio lógico (Razão), através da “Filosofia” dos gregos (Século VI a.C.). Na Idade Média ou “Idade das Trevas” (476 d.C./1453 d.C.) houve retrocesso no campo do conhecimento humano (Ciência). Foi só no Renascimento Europeu (Humanismo), no Séc. XII d.C., que a inteligência humana retomou as investigações científicas dos filósofos gregos, abandonando de vez o poder divino e absolutista dos reis e o fanatismo religioso, os quais agiam irmanados. A liberdade plena de pensar e pesquisar a Ciência apenas com a Razão se solidificou com o advento do Iluminismo na Europa (Séc. XVIII). Foi quando se consagrou a ideia de que o homem é a prioridade do Universo. Que o homem nasceu para ser feliz e ele próprio tem que buscar a sua felicidade. O Estado deveria ser laico, deixando-se as religiões para serem cultuadas nos templos.









