Em Santa Rosa do Sul, uma associação está sendo formada com o propósito de auxiliar os pais na busca por terapias para os filhos com o Transtorno do Espectro Autista
São muitos os desafios enfrentados pelos pais de crianças com o TEA, Transtorno do Espectro Autista, e eles ficam ainda maiores depois dos seis anos. Até essa idade, os pequenos podem ser atendidos gratuitamente nas Apaes, a partir daí, todas as terapias necessárias ao bom desenvolvimento das crianças, passam a ser custeadas pelas famílias. Uma ou outra é oferecida pela rede de saúde pública, mas a maioria é particular.
A professora Darc Ionice da Rocha tem dois filhos com TEA, e teve que fazer escolhas difíceis. “Pagar terapias, psicóloga e outros profissionais que nossos filhos precisam, pode chegar a R$ 2,300,00 mensais”, explica.
Outros pais se veem na mesma situação, e juntos eles resolveram agir.
Em Santa Rosa do Sul, uma associação está sendo formada com esse propósito.
A discussão teve início em 2019, esfriou um pouco durante a pandemia e agora retorna com força. O grupo pretende ter a sua disposição um espaço físico para atendimento especializado de quem tem autismo.
A associação conta com mais de 20 pais, e entre eles estão Murilo e Zaníria Bitencourt. A filha mais velha deles, hoje com seis anos, foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista com pouco mais de dois anos. O casal conta que muitas vezes teve dúvida sobre o comportamento da menina. “Uma vez uma pessoa me disse que ela parecia autista, e eu não tinha ideia do que era isso. Outros diziam que ela não tinha nada, que era coisa da nossa cabeça”, conta a mãe.
Murilo, que apoia a esposa na luta, foi aprendendo sobre as características da filha. “Nós fomos atrás de diagnóstico para nossa filha, os pais não podem desistir, devem buscar os direitos das crianças”, diz.
Programação de conscientização
Outro membro da associação que está sendo fundada em Santa Rosa é o professor Andrio Cardoso. Ele próprio foi diagnosticado com TEA no ano passado, aos 38 anos. Desde criança Andrio recebia atendimento especial e percebia em si dificuldade de lidar com barulho, nos relacionamentos pessoais e outros. “Receber o diagnóstico foi um alívio, porque então eu soube o que era e como me adaptar”, afirma.
TEA não tem cura, raramente apresenta característica física e muitos dos seus aspectos ainda são um mistério.
O melhor para compreender o transtorno é o conhecimento e o respeito. É para isso que foi criado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, em 2 de abril.
Em Santa Rosa do Sul, a programação para marcar a data já iniciou e vai se estender por todo o mês. No último sábado foi realizado um piquenique, e com participação dos membros da associação nas igrejas, na câmara de vereadores, veículos de comunicação, formação de professores e outras atividades.
O dia 2 de abril é definido como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma data voltada para a conscientização da sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista. O TEA é um transtorno que se caracteriza, entre outras manifestações, por dificuldade de interação social e presença de comportamentos repetitivos. Apresenta diferentes graus, classificados de leve à grave.
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi definido pela ONU, a Organização das Nações Unidas, em 2007 e é comemorado no dia 2 de abril. É uma data importante, pois muitas pessoas não compreendem o que é o Transtorno do Espectro Autista, sendo fundamental a propagação de informação de qualidade. Entender melhor esse transtorno é chave para o fim do preconceito e da discriminação que cercam as pessoas com TEA, as quais apresentam apenas uma forma diferente de agir e encarar o mundo.