Ainda está sem o movimento das pernas a jovem Camilla Gomes, de 15 anos, que se acidentou ao mergulhar em uma piscina de um parque aquático de Sombrio, no último dia 23.
Os pais estavam em casa quando receberam a ligação de uma vizinha, que estava no parque, contando que o acidente tinha ocorrido. Neste momento, a adolescente já tinha sido levada ao Hospital Dom Joaquim de Sombrio.
De acordo com a família, Camilla mergulhou na água e bateu no fundo de areia da piscina. Neste momento, ela sentiu uma espécie de choque na coluna e não conseguiu mais se mover. Camilla ainda ouvia os gritos da amiga chamando por ela, mas não conseguia subir para a superfície.
A amiga que estava com ela, pediu socorro e foi ajudada por duas mulheres que estavam se banhando no parque, além de outros populares que a tiraram da água e colocaram imóvel à beira da piscina até a chegada dos bombeiros.
Depois de ser atendida em Sombrio, Camilla foi encaminhada ao Hospital Regional de Araranguá, onde fez uma tomografia, que constatou a fratura na coluna. Com os resultados em mãos, um neurologista a encaminhou para cirurgia de urgência de Camilla. “Quando ela chegou ao hospital, fizemos um raio-x, e deu para ver que foi uma lesão. Aí, fomos para Araranguá, com ela na maca, com dor na cabeça e sem se mexer. Eu tentava acalmar ela”, relata o pai da adolescente, Rodrigo.
Ao perceber a gravidade da lesão, a equipe médica começou a procurar um leito para Camilla em Criciúma e um neurologista para realizar a cirurgia. Já no período da noite, ela passou pelo procedimento.
Aos pais, os médicos confirmaram que a lesão foi bastante grave e que era cedo, ainda, para dizer até onde os movimentos dela ficariam comprometidos. Porém, agora, Camilla já apresenta sensibilidade nos dedos e nos braços. Ela, no entanto, ainda não consegue fechar as mãos. De acordo com o pai, a medula óssea não foi ferida, o que já é uma vitória. “É um milagre, era o osso que pressionava a medula e prejudicava os movimentos. Quando sair o inchaço, regenerar aquela vértebra, aí a medula vai começar a responder. É um processo de recuperação”, conta.
Camilla recebeu uma doação de plaquetas, que ficaram baixas após o acidente, mas já está se recuperando e a família acredita no poder da fisioterapia. “O médico disse que ainda não pode afirmar com certeza se ela vai voltar a andar, mas a fisioterapia tem suma importância”, declarou Rodrigo.
Emocionados, os pais recordam que Camilla adorava pedalar e fazia aulas de Muay Thai, atividades que foram interrompidas, sem previsão de volta. “Ela não gosta de ficar parada, é ativa, gosta de sair, é difícil de segurar”, recorda a mãe, Lizandra.
Camilla também mantinha uma forte amizade com a adolescente que a acompanhava no dia do acidente, a quem os pais agradecem pelas ações corajosas que ajudaram a salvar a vida da menina. “Foi um anjo na vida dela. Só podemos agradecer a ela e à família dela. Não tenho o que falar”, pontua o pai de Camilla.
Os familiares acrescentam que o acidente foi uma fatalidade, e que não é possível prever quando algo assim vai acontecer. Porém, se pudessem aconselhar de alguma forma, pediriam que os pais acompanhem mais os filhos em suas atividades, sem prender demais os jovens para as experiências da vida. “A gente conhece ela, sabe que ela não se envolve com coisas erradas. Existe confiança. Talvez não tivesse acontecido se eu estivesse lá, mas… Ela vai se recuperar”, conclui Rodrigo.
Inicialmente, quando chegar em casa, Camilla precisará usar fraldas, de um colchão pneumático específico para seu caso, além de cadeiras de rodas e de banho e equipamentos como uma rampa para tornar o trânsito mais acessível. A família não está em campanha no momento para arrecadar valores, mas se alguém estiver interessado em ajudar de alguma forma e saber mais informações sobre o estado de saúde de Camilla, basta procurar pelos pais no Facebook através do perfil Lizandra Gomes G Daniel.