Depois de um ano e meio enfrentando dificuldades para manter o ensino remoto e presencial com restrições, com a volta às aulas o setor da Educação Pública enfrenta um novo desafio: a evasão escolar. Em Sombrio, por exemplo, 70% dos alunos da rede municipal chegaram a estudar em modo online. “Foi o município que mais teve. Tivemos que criar uma escola polo, colocar professores nessa plataforma”, relata Graziela Caetano, secretária de Educação de Sombrio e presidente do Colegiado de Educação da Amesc.
Ações de reforço estão sendo feitas para melhorar o desempenho escolar, minimizando o impacto da pandemia.
Mesmo assim, a evasão escolar, que já existia antes da pandemia, se intensificou neste período, já que muitas crianças e adolescentes começaram a trabalhar em suas casas, foram empregados para cuidar de alguma criança, em facções ou nos afazeres do lar.
Para mitigar isso, a pasta aposta em parcerias com outros órgãos. “Temos uma parceria forte com o Conselho Tutelar, juntamente com o Programa Apoia e Ministério Público, porque muitas crianças, nesse período de pandemia, começaram a trabalhar e não querem voltar, ou os pais não querem deixar. A criança vai ter que retornar, e para aquelas que ficarem a partir de sete dias sem ir à escola, o Apoia será acionado. A perda de aprendizado nessa pandemia foi muito grande, o aluno tem que estar na sala de aula”, comenta.
A rede estadual de ensino de Santa Catarina também está registrando evasão escolar. Cerca de 13 mil alunos serão procurados, com busca ativa e concessão de bolsas de estudos para estudantes do ensino médio, para retornarem às aulas.
Serão investidos, ainda R$ 373 milhões por ano para garantir auxílio financeiro a alunos do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos da rede pública. “A educação é uma prioridade e todo esforço deve ser feito pelo Estado para evitar a evasão escolar, um dos reflexos negativos da pandemia. Queremos manter ou trazer de volta à sala de aula aquele aluno que, eventualmente, precisou abandonar o estudo para ajudar financeiramente a família em um momento de dificuldade”, destaca o governador Carlos Moisés.
Entre outras ações, também está previsto o resgate dos planos municipais de educação; a implantação de atividades no contraturno e vagas no programa Jovem Aprendiz.
Dados do programa Apoia mostram que cerca de 22 mil alunos da rede pública estadual e municipal deixaram as salas de aulas de aula em 2020/2021. Destes, nove mil retornaram após busca ativa pelas escolas, totalizando cerca de 13 mil alunos fora da escola.