Tem coisa que a gente só percebe quando aperta. O coração é uma dessas. Ele trabalha em silêncio, sem pedir nada em troca, até que um dia cansa. E às vezes, o aviso vem tarde demais.
Por isso, o 08 de agosto — Dia Nacional de Combate ao Colesterol — é mais que uma data. É um lembrete.
Lembra que o colesterol alto, muitas vezes, não dá sinal. Que não dói. Que não causa febre. Mas, silenciosamente, pode entupir caminhos, comprometer artérias e deixar o coração à beira do colapso.
No Brasil, cerca de 4 em cada 10 pessoas têm colesterol alto. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE/Ministério da Saúde), 38,4% da população adulta brasileira já recebeu diagnóstico de colesterol alterado. Um número alto, preocupante — e, muitas vezes, invisível.
E lembra também que há muito o que podemos fazer antes de remédio, exame ou emergência. A alimentação tem um papel gigante nesse processo.
É trocar o excesso de gordura saturada pelos bons óleos vegetais.
É dar espaço para frutas, verduras, fibras e leguminosas, que ajudam a limpar o que o corpo não precisa.
É diminuir os industrializados que carregam gordura trans escondida em rótulos complicados.
Mas é também parar de achar que tudo se resolve com um comprimido.
Cuidar do colesterol é cuidar de hábitos — e isso passa pelo prato, mas também pela caminhada esquecida, pelo sono adiado, pelo estresse ignorado.
Não é sobre proibir. É sobre equilibrar.
Não é sobre comer com medo. É sobre comer com propósito.
Porque o colesterol alto não tem cara, nem sintoma. Mas tem consequência. E cada escolha do dia a dia — da feira ao fogão, da escada ao elevador — pode ser o ponto de virada.