Um levantamento epidemiológico com 1.744 casais adultos, não vacinados, vivendo juntos e sem adotar medidas de proteção, em que pelo menos um deles contraiu o sars-cov-2, mostrou que o homem é o primeiro (ou apenas ele) a ser infectado pela Covid-19. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP, de julho de 2020 a julho de 2021.
Os resultados estão em um artigo publicado em 24 de agosto no MedRvid e ainda não foi revisado por outros cientistas.
Foram incluídos também parceiros em que ambos desenvolveram a doença. A presença ou ausência da infecção foi confirmado por RT-PCR e/ou sorologia.
A análise dos dados mostra que indivíduos do sexo masculino são transmissores mais eficientes do novo coronavírus do que as mulheres, independentemente do uso de máscaras de proteção.
“Quando juntamos os resultados, vimos que, na grande maioria dos casos, a proporção de homens que foram os primeiros, ou os únicos, infectados e que transmitiram a doença para as mulheres, era 43% maior”, disse a professora Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos Sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da USP e última autora do estudo, em sua coluna quinzenal na Rádio USP.
As razões pelas quais os homens são considerados os “super spreaders” (espalhadores, em tradução literal) ainda não estão claras, mas estudos apontam para alguns caminhos. Mayana relata ao Jornal da USP que, em média, os homens têm uma caixa torácica maior, falam mais alto, e por isso podem transmitir mais o vírus pela saliva.
OCP News