Clientes aplicam com cartão sem limite e, sem ter a quem recorrer, os motoristas não conseguem receber o dinheiro que lhes é de direito, e nem ter suporte da plataforma
Região
A vida dos motoristas de aplicativo não está fácil na região. Constantemente vítimas de golpes e vulneráveis a crimes, esses trabalhadores estão agora sofrendo com um outro crime, que vinha sendo aplicado no Rio Grande do Sul, mas já chegou por aqui.
Segundo um dos motoristas vítima do golpe, alguns passageiros se cadastram nos APPs e dizem que querem pagar no cartão. No fim da corrida, essas pessoas passam um cartão sem limite, a transação não funciona e eles pedem um número de celular para ligar e pagar depois. O problema é que esse depois nunca chega. “Hoje mesmo uma passageira saiu correndo do carro e não quis me pagar a corrida. São corridas curtas, tipo R$ 5,50, mas para nós, que somos trabalhadores, é algo bem ruim. Não deve ser só ela que pratica esse tipo de golpe”, conta.
Ainda, segundo o motorista, o problema é maior em uma plataforma, que dá margens para que golpes assim ocorram, devido ao cadastramento. “Essas falhas são horríveis, porque nos atingem diretamente. A plataforma manda uma carta dizendo que não preenchi os documentos devidamente para me ressarcir, mas eles só pagam se o cliente pagar”, reclama. A situação é ainda mais complicada porque o usuário pode colocar qualquer nome no cadastro, o que impossibilita encontrá-lo depois para cobrar a conta.
Outro golpe que vem sendo bastante aplicado é através da falta de troco. O cliente entrega uma nota de R$ 100,00 e quando o motorista fica sem troco ou não tem como trocar a cédula, logo a corrida fica sem pagamento. “São golpes que deixam a gente bem triste. Trabalhar de domingo a domingo, com sol ou chuva, tentando ajudar na sociedade, e leva esses golpes. É muita desonestidade com os motoristas”, lamenta.
Sem ter a quem recorrer, os motoristas não conseguem receber o dinheiro que lhes é de direito, e nem ter suporte da plataforma. “Nossa indignação é direto com eles, mas não conseguimos nos unir o bastante no país para fazer um protesto grande”, pontua.
Através de grupos de WhatsApp, os motoristas conversam e contam sobre suas experiências, e muitos já estão deixando de visitar certas áreas consideradas perigosas, por medo de assaltos e golpes. “Saímos lesados”, conclui o trabalhador.