Exemplo é a palavra que pode definir bem dona Viviana Maria Klein Caldas, que nesta quinta-feira, dia 13, fez sua última doação de sangue no Hemosc de Criciúma. Prestes a fazer 70 anos, ela não poderá mais manter a prática solidária que cultivou pelos últimos 15 anos. “Comecei fazendo doação para uma amiga que estava precisando. Como foi tudo tranquilo, resolvi ser doadora porque meu sangue é precioso. É O-“, relata.
Gaúcha e moradora de Araranguá há dois anos, ela diz que sempre pensou nos outros, em como o banco de sangue precisa do seu tipo sanguíneo, que é raro, e se colocou no lugar das famílias desesperadas por um parente que precisa das doações. “Pena que será minha última doação. Gostaria de poder doar mais e assim saber que estou contribuindo para salvar vidas. É muito gratificante”, continua.
Junto de outros companheiros do grupo Abastecendo Vidas, de Araranguá, ela foi recebida com grande alegria no Hemosc, e foi homenageada com presentes e muitas fotos. “Sentimento de muita felicidade e orgulho. Um exemplo de amor ao próximo. Uma força para seguir salvando vidas através das doações de sangue. É uma coisa fantástica”, explica Adércio Velter, idealizador e coordenador das agendas das doações do grupo.
A esperança é que outras pessoas, ao conhecerem a história da dona Viviana, também queiram fazer parte do grupo e doar, ajudando assim a salvar muito mais vidas, já que o banco de sangue do Hemosc, por causa da pandemia, está vazio.
O Grupo Abastecendo Vidas foi criado em 26 de junho de 2021, para organizar os deslocamentos até o Hemosc de Criciúma e captar doadores voluntários. As visitas são agendadas e o transporte é feito em parceria com o hemocentro, com dez voluntários comparecendo a cada viagem semanal. “Através do grupo no WhatsApp, onde também temos um representante do Hemosc participando, eu vou organizando as datas e estimulando os voluntários a organizarem as agendas das doações conforme a disponibilidade de cada um. Já somos 92 doadores no grupo”, continua Adércio.
A busca de novos voluntários continua, e os interessados em doar podem contatar o grupo através do 48 9 8834 2261.
Quem pode doar
Conforme as orientações do hemocentro, um homem pode doar até quatro vezes em um período de 12 meses, com intervalo mínimo de 60 dias entre as doações. As mulheres, devido à reposição dos estoques de ferro, que nas mulheres é mais demorada devido às perdas durante os ciclos menstruais, podem doar até três vezes em um período de 12 meses, com intervalo mínimo de 90 dias entre as doações.
Em geral, cerca de 450 ml de sangue doado, o equivalente a uma bolsa de sangue, pode ajudar a salvar até quatro vidas.
O voluntário não pode apresentar sintomas gripais nos 30 dias anteriores à doação, tem que pesar mais de 50kg e ter entre 16 e 69 anos. Pessoas que tiveram hepatite após os 11 anos não podem ser doadores.