Nos últimos anos, o trigo virou o novo inimigo.
Tem gente que olha pra um pãozinho como se fosse veneno. Que vê o glúten como o causador de todos os males.
Mas será que ele merece essa fama?
Hoje, 10 de novembro — Dia do Trigo, vale a pena fazer uma pausa e repensar.
O trigo é um dos alimentos mais antigos da humanidade. Foi base de sustento, de cultura, de celebração. E continua sendo parte da alimentação de milhões de pessoas pelo mundo.
É rico em energia, fibras, vitaminas do complexo B — e sim, contém glúten.
Mas aqui está o ponto:
O glúten não é inflamatório para todo mundo.
Ele deve ser evitado por quem tem doença celíaca, alergia ao trigo ou sensibilidade não celíaca comprovada.
Fora isso, cortar glúten sem necessidade não traz benefícios — e às vezes, até causa prejuízos.
Restringir sem critério pode levar à monotonia alimentar, à exclusão de boas fontes de fibra e até à obsessão com a “comida perfeita”.
E comer não deveria ser uma fonte de medo — mas de equilíbrio e prazer.
O problema nunca foi o trigo em si, mas o excesso, a baixa qualidade do alimento ultraprocessado e a desinformação.
Então, nesse Dia do Trigo, que a gente devolva ao alimento o que ele merece: contexto, respeito e moderação.
E que o nutricionista continue sendo ponte entre o saber técnico e a escuta sensível — ajudando cada pessoa a entender o que, de fato, faz sentido no seu prato.
Porque, no fim, não é o trigo que precisa ser cancelado. É a ideia de que existe uma dieta única que serve pra todo mundo.











