A qualidade do corpo docente da Unesc coloca a Universidade mais uma vez em um patamar de destaque quando o assunto é pesquisa. O professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e do curso de Fisioterapia, Paulo Cesar Lock Silveira, está entre os finalistas do Prêmio Inovação Catarinense “Professor Caspar Erich Stemmer”, edição 2020, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). Silveira concorre na categoria “Agente da Inovação”, que leva em conta a carreira do pesquisador e a conversão da produção científica em benefício da sociedade.
A solenidade na qual será anunciada a colocação de cada finalista ocorrerá em evento com data a ser definida pela Fapesc. O Prêmio Inovação Catarinense reconhece estudantes, professores, pesquisadores, instituições, empresas e inventores independentes.
Graduado em Fisioterapia pela Unesc, Silveira iniciou sua trajetória na ciência ainda enquanto acadêmico. Deu continuidade durante o Mestrado em Ciências da Saúde na Instituição e no Doutorado em Bioquímica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor da Unesc desde 2014, Silveira desenvolve pesquisas sobre o uso de agentes eletrofísicos associados à nanotecnologia no tratamento de feridas e queimaduras. Em janeiro de 2019, foi criada a Regenera – Tratamento Avançado de Feridas, uma startup que disponibiliza a atuação do fisioterapeuta em lesões de pele, acelerando o processo de reparo tecidual, utilizando aparelhos da fisioterapia, como laser e correntes elétricas.
“Desde 2001 venho estudando os mecanismos bioquímicos e moleculares envolvidos na cicatrização de feridas e os efeitos desses equipamentos nesse processo. Ao longo dos anos desenvolvi um método que associa esses aparelhos respeitando a resposta celular da pele lesionada e em 2017, tive a oportunidade de aplicar em humanos, no Ambulatório de Feridas da Unesc. Em 2018, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, publicou um acórdão habilitando o fisioterapeuta a tratar feridas e queimaduras. Em janeiro de 2019, criamos a Regenera, que atua em clínicas, hospitais e presta serviços para o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amrec (Cisamrec)”, conta.
Atualmente, a Regenera faz parte das startups da incubadora da Unesc, onde recebe orientação de profissionais para o seu desenvolvimento. “Esta indicação ao prêmio é fruto de todo o apoio que a Unesc me deu, desde aluno de Iniciação Científica até na fase de incubação da startup. Este é um prêmio que reconhece a carreira do pesquisador e o que a sua produção beneficiou à população catarinense. Ser indicado entre tantos cientistas com uma trajetória grandiosa é uma honra. Coroa todo tempo dedicado à pesquisa e à inovação para criar uma tecnologia que possa contribuir com a sociedade”, ressalta o professor, lembrando que além da Unesc, o estudo conta com o apoio de outros pesquisadores do Centro Universitário da Fundação Hermínio Ometto (Uniararas) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Ecossistema de inovação colabora com desenvolvimento do projeto
No caminho para fazer a sua pesquisa ser ampliada e dela, nascer uma startup, Silveira contou com o apoio do ecossistema de inovação criado pela Unesc e que envolve ações para a comunidade interna e externa. O gerente de Inovação e Empreendedorismo da Unesc, Paulo Priante, conta que o projeto da Regenera está passando por um período de incubação, no qual recebe mentoria de professores e profissionais ligados à Agência de Inovação da Unesc (Aditt).
Na incubadora da Universidade, a Regenera já teve orientação em aspectos como a estruturação da empresa, no desenvolvimento de visão de mercado, na modelagem do negócio, nas conexões e na abordagem de vendas. Agora, a startup se prepara para a próxima fase, a aceleração do negócio. “Para a Agência de Inovação e para a incubadora da Unesc é muito gratificante estar colaborando para a transformação de uma pesquisa em algo empreendedor e que vai beneficiar a sociedade”, afirma.
Novas oportunidades ao fisioterapeuta
Especialmente durante a pandemia de Covid-19, a fisioterapia tem ganhado amplo reconhecimento como essencial para o tratamento de saúde. Além do papel fundamental que este profissional passou a ter nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), cuidando da parte respiratória dos pacientes afetados pela doença, o fisioterapeuta passou a também colaborar no tratamento de lesões na pele em decorrência da posição que o paciente precisa ficar na cama, para facilitar a respiração.
“Além das áreas de atuação tradicionais, atualmente a fisioterapia vem ganhando espaço em outras áreas da medicina mostrando sua importância na reabilitação desses pacientes, vindo complementar a atuação e o conceito de multidisciplinaridade da saúde”, afirma Silveira. Segundo ele, o profissional pode colaborar com o enfermeiro no tratamento de lesões da pele, como feridas vasculares, diabéticas, traumáticas, oncológicas e queimaduras.