quinta-feira, 23 DE janeiro DE 2025
CapaPSD está dividido em dois grupos bem distintos

PSD está dividido em dois grupos bem distintos

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Governador Jorginho Mello (PL) não parece muito disposto a deixar o PSD homologar a candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, ao Governo do Estado, em 2026. Como é público e notório, o PSD estadual está dividido em dois grupos bem distintos: um comandado por João Rodrigues e pelo deputado estadual Júlio Garcia, e outro comandado por figuras como o ex-deputado federal Paulinho Bonhausen, e seu pai, o ex-senador Jorge Bornhausen, como também pelo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, e ainda pelo ex-governador Raimundo Colombo.

O plano de Jorginho é bastante simples: ele quer desmontar a candidatura de João Rodrigues ao governo, oferecendo ao PSD uma vaga de candidato ao Senado por sua coligação, e, por óbvio, espaço em sua gestão. Uma conversa neste sentido já foi travada com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, com quem a família Bornhausen e Raimundo Colombo mantém estreita sintonia.

É claro que esta idealização enfrentará muitos problemas. Um deles é a pretensão da deputada federal Carolina De Toni (PL) de disputar uma cadeira ao Senado em 2026. Mesma pretensão nutrida pelo ex-governador Colombo. Ainda que no próximo pleito estadual seja possível votar para dois candidatos ao Senado, dificilmente Santa Catarina elegerá dois senadores de direita. O mais provável é que eleja um de direita, e outro de centro, se ressaltando o MDB como o partido com maiores chances de emplacar a segunda vaga de senador. Se Carolina não abrir mão de disputar à Câmara Alta, a articulação de Jorginho ficará ofuscada, pois o PSD estaria arriscando muito ao apoiar o projeto de reeleição do governador, na medida em que não teria nenhuma garantia real de que conseguiria eleger seu candidato ao Senado.

Já um outro problema, que logicamente é o principal, está dentro do próprio PSD, na medida em que João Rodrigues não fará nenhuma questão de embarcar, goela abaixo, no projeto de Jorginho Mello. Ele irá se bater para viabilizar sua candidatura ao governo, insuflando as bases do partido neste sentido.

Neste jogo político, o Progressistas poderá se transformar no divisor de águas da próxima eleição estadual. O partido pode ficar a mercê de indicar o candidato a vice de João Rodrigues, ou de embarcar na coligação de Jorginho Mello, assegurando a Esperidião Amin uma nova candidatura ao Senado. Uma aliança que contemplasse Jorginho ao governo, o deputado estadual Antídio Lunelli (MDB) como seu candidato a vice, e Raimundo Colombo e Esperidião Amin disputando o Senado, soaria muito bem aos ouvidos do conservador eleitorado catarinense. Esta equação tiraria o MDB da disputa ao Senado, direcionando os votos de direita e de centro para Amim e Colombo.

Por outro lado, se o Progressistas declarar apoio ao projeto de João Rodrigues, e este conseguir atrair o Novo para sua coligação, muito provavelmente o prefeito de Chapecó conseguirá chegar ao segundo turno da eleição estadual, esperando, lá, de braços abertos, o apoio do PT contra Jorginho Mello.

FINAIS

Especulações de bastidores dão conta que o ex-deputado federal Jorge Boeira, atualmente sem partido, teria se filiado ao Progressistas, para disputar as eleições de 2026. Conversei com ele a este respeito, e o mesmo ressaltou que continua sem filiação partidária, depois de ter deixado o PDT, por onde disputou o Governo do Estado em 2022. Boeira, no entanto, diz que pretende, sim, se filiar a um partido em março do ano que vem, mas ainda não decidiu que legenda seria esta. Seu foco é, de fato, as eleições de 2026, mas o cargo a ser postulado ainda não estaria decidido. É muito provável que Boeira deva disputar a Câmara Federal novamente, mas, por óbvio, irá primeiro analisar o cenário interno dos principais partidos do Sul do Estado, para saber onde seu projeto se encaixaria sem maiores resistências, e com chances de viabilidade eleitoral. O ex-deputado é muito reticente ao tratar deste assunto, mas da para sentir que ele quer voltar para o jogo eleitoral.

O caminho mais próximo para este possível propósito de Jorge Boeira é, sem dúvidas, o Progressistas, desde que o deputado estadual José Milton Scheffer, que é filiado ao partido, não dispute a Câmara Federal. Com Zé Milton concorrendo novamente a estadual, dentro do Progressistas Jorge Boeira seria o nome natural para concorrer ao cargo de deputado federal. Este espaço não existe dentro do MDB, nem do PSD e tampouco do PL. Afora estes partidos, restariam o PT e o PSDB. O PT simplesmente não tem estrutura no Sul do Estado para bancar uma candidatura de deputado federal com reais chances de eleição. Já o PSDB conta com a filiação da deputada federal Geovânia de Sá, que ventila a possibilidade de sair do partido, mas esta decisão só deve ser tomada em março de 2026. Para se viabilizar, Boeira não pode esperar tanto. Já, a filiação a outra legenda de menor quilate é um tiro no escuro.

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