Presidente estadual do MDB, deputado federal Carlos Chiodini, e cinco dos seis deputados estaduais do partido, o que incluiu Tiago Zilli, se reuniram ontem a tarde com o governador Jorginho Mello (PL). Na pauta, mais uma vez, a discussão relacionada ao ingresso ou não do partido na gestão estadual.
Basicamente, a história é a mesma que vem sendo cozinhada há mais de um mês: o MDB entraria no governo, assumiria a Secretaria de Estado da Infraestrutura, e passaria a apoiar oficialmente o governo de Jorginho na Assembleia Legislativa. Esta é a oferta. Os emedebistas, no entanto, almejam mais. Querem mais espaço e mais autonomia, especialmente na Infraestrutura, que já está com vários cargos importantes nomeados pelo governador.
O presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal, um dos seis parlamentares estaduais do MDB, não participou da reunião de ontem. Em princípio, alegou excesso de agenda e não teria conseguido de desvencilhar de outros compromissos. Nadal, no entanto, é um dos líderes do MDB que tem defendido a tese de que o partido só deva entrar na gestão de Jorginho Mello se a parceria valer muito a pena. Do contrário, em sua opinião, o partido deve se manter neutro, construindo um projeto próprio para 2026.
De acordo com Tiago Zilli, a decisão de entrar ou não no governo de Jorginho não tem sido algo fácil de ser equacionado. Depois de duas eleições estaduais seguidas sem sequer chegar ao segundo turno dos pleitos realizados, boa parte do MDB vê com bons olhos a construção de um projeto próprio. Para isto, no entanto, seria necessário autonomia e consequente neutralidade em relação a atual gestão estadual. Conforme Tiago, no entanto, até quarta-feira a situação será definida. Pelo menos este foi o compromisso assumido junto ao governador. Os prefeitos do MDB estão muito apreensivos em relação a esta situação, já que a absoluta maioria necessita de parcerias com o Governo do Estado para fomentar principalmente o setor de obras dos municípios. Para que isto se viabilize, no entanto, é necessário que os deputados estaduais do partido estejam sintonizados com a gestão estadual.
Eron Giordani assume comando do PSD/SC
Eron Chiordani assumiu a presidência do PSD catarinense. Ele já foi secretário municipal em Chapecó, Secretário de Estado da Casa Civil na gestão de Carlos Moisés da Silva (Rep) e candidato a vice-governador no ano passado, na chapa encabeçada por Gean Loureiro (União). A indicação de Eron para sua nova função contou com o aval e consenso dos ex-governadores Raimundo Colombo e Jorge Bornhausen, como também do deputado estadual Júlio Garcia. Notadamente, o PSD catarinense está imbuído da vontade de dar notoriedade a Eron, de modo a cacifá-lo para projetos maiores em eleições vindouras. Em princípio, se imaginava que Napoleão Bernardes seria o nome do PSD catarinense para projetos estaduais, mas Eron Giordani é quem de fato está emplacando nas internas e externas do partido.
Melhor caminho para o MDB é entrar no governo e sair mais tarde
A situação que acomete o MDB catarinense, que está em dúvida entre entrar ou não no governo de Jorginho Mello (PL), é totalmente compreensível. Desde 2010 a legenda preferiu se entregar ao fisiologismo, ao invés de trilhar seu próprio caminho. Naquele pleito, apoiou o projeto eleitoral de Raimundo Colombo (PDS), repetindo a dose em 2014. Enfraquecido, o MDB não conseguiu chegar sequer ao segundo turno em 2018 e em 2022 o partido sucumbiu aos encantos do então governador Carlos Moisés da Silva (Rep), concorrendo como seu vice, em um projeto que se mostrou desastroso. Gato escaldado, o MDB está com medo de água fria. O partido, no entanto, pode muito bem apoio oficialmente Jorginho Mello pelos próximos dois anos, buscando seu próprio caminho dos dois anos seguintes. Matemática simples, com resultado mais salutar.