Vários abaixo-assinados virtuais estão circulando em Santa Catarina, endereçados a senadora Ivete Appel da Silveira (MDB), solicitando que ela vote contra a indicação do atual Ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga no Supremo Tribunal Federal que ficou em aberto depois da aposentadoria da ex-ministra Rosa Weber. Flávio Dino é um político Maranhense, que já foi deputado federal, governador de seu Estado, e no ano passado foi eleito Senador da República. Ele acabou não assumindo este seu último mandato justamente para ocupar o Ministério da Justiça, a convite do presidente Lula da Silva (PT).
Dino tem em seu currículo político uma forte ligação com a esquerda brasileira. Ainda na década de 1980 ele se filiou ao PT, se destacando como um dos principais nomes da legenda no Nordeste do país. Em 2006 ele migrou para o PCdoB, por onde se elegeu deputado federal. Também pelo PCdoB foi eleito governador do Maranhão em 2014 e em 2018. Em 2021 ele migou para o PSB, por onde se elegeu senador.
É justamente sua profunda ligação com a esquerda que tem feito a direita de todo o país se movimentar para que Flávio Dino não tenha seu nome referendado pelo Senado Federal.
Ainda que os Ministros do Supremo Tribunal Federal sejam indicados pela Presidência da República, todos eles precisam passar pelo crivo dos senadores em dois momentos. O primeiro é na Comissão de Constituição e Justiça, onde o nome indicado precisa ter no mínimo 14 dos 27 votos, que compõe este colegiado. Depois disto a votação vai para o plenário, onde o indicado precisa ter no mínimo 41, dos 81 votos que compõe a Câmara Alta.
Os senadores catarinenses Esperidião Amin (PP), e Jorge Seif (PL), já disseram que votarão contra a indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal. Já a senadora Ivete Appel da Silveira não se manifestou publicamente. De todo modo, o MDB nacional conta como certo o voto dela para a indicação de Dino ao STF, e é justamente por isto que está havendo uma franca mobilização da direita catarinense solicitando que ela vote do mesmo modo que votarão Esperidião Amin e Jorge Seif.
A bem da verdade, vote como votar, a senadora Ivete Appel não tem nada a perder. No auge de seus 80 anos, e ocupando uma vaga no Senado que era originalmente do então senador Jorginho Mello (PL), Ivete não deve nada a ninguém. Dependendo de como ela vote, no entanto, o seu partido, o MDB, pode perder bastante nas próximas eleições, ainda mais diante de um eleitorado conservador como é o catarinense.
Finais
- Vereador Felipe Santos (PSDB) foi eleito presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Balneário Gaivota. Ele concorreu contra o vereador Anderson Santos, o Nando (PSD). A eleição de Felipe, por 5 votos a 4, se deu graças a um acordo firmado no final de 2022, e que possibilitou a eleição do vereador Paulinho da Silva (PP), para comandar o legislativo gaivotense ao longo de 2023. O acordo previa a renúncia de Paulinho em dezembro deste ano, para a consequente eleição de Felipe, o que acabou acontecendo. A vereadora Maria Leandro Nunes (MDB) foi eleita como primeira vice-presidente. Ainda que tenha concorrido contra Felipe Santos, o vereador Nando Santos permanece aliado ao grupo majoritário de vereadores que dá sustentação a gestão do prefeito Kekinha dos Santos (PSDB). Apesar de alguns percalços, a relação entre o legislativo e o executivo gaivotense tem sido bastante boa na atual legislatura.
- Governador Jorginho Mello (PL) não irá participar do ato de inauguração da nova Sede do Grupamento de Polícia Militar de Balneário Gaivota, que acontecerá na próxima sexta-feira pela manhã. Em princípio, havia dúvidas quanto a participação de Jorginho no ato inaugural por conta das instabilidades climáticas que acometem Santa Catarina. O motivo para a não vinda do governador, no entanto, é outro. Ele fará parte da comitiva do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que participará da posse do presidente eleito da Argentina, Javier Melei. Ainda que a posse aconteça somente no próximo domingo, dia 10, a comitiva comandada por Bolsonaro partirá do Brasil na próxima sexta-feira. É interessante observar que o presidente Lula da Silva ainda não confirmou se irá a posse de Javier Melei, e um dos motivos é justamente a presença de uma comitiva comandada por Bolsonaro no mesmo evento.