O município de São João do Sul quer se tornar a capital nacional do carro de boi. A intenção foi tornada oficial neste domingo, dia 12, quando 110 destes equipamentos tão importantes e históricos no meio rural foram reunidos no Morro do Mané Joca, na localidade de Querência.
De acordo com Diego Herr, secretário de Planejamento e Turismo de São João do Sul, o encontro é anual no aniversário do município ou festa do colono, quando os donos dos carros de bois se reúnem e a prefeitura oferece um almoço celebrativo. No entanto, em 2022 a ideia foi aumentar o número de carros reunidos e buscar o recorde nacional. “O evento deste ano foi de motivação, lançando o desafio. Precisamos de 216 carros de boi e de agora em diante será feito um senso para saber quantos carros de boi temos na cidade. Estima-se que chegue a 200”, conta. A expectativa é que, no ano que vem, o recorde seja quebrado e a cidade se sagre como capital nacional do carro de boi.
Ele acrescenta que os equipamentos não são usados apenas em desfiles e eventos, e que há uma prática antiga entre os produtores que contam com os carros de boi para cooperar entre si. “Eles se juntam para fazer um serviço na casa de um produtor, às vezes de 30 carros. Lavrar a terra, por exemplo, ou transporte de lenha para secagem de fumo. Como vem se intensificando, queremos valorizar a tradição e a cultura deles”, comenta.
Após a realização do senso, uma nova reunião ocorrerá para falar dos resultados e buscar o número necessário para a quebra do recorde. Com isso, além de ajudar a valorizar quem ainda tem seu carro de boi e promove o resgate da cultura dos antigos moradores, a administração quer trazer a São João do Sul mais visitantes e simpatizantes da realidade rural. “Com essa manifestação cultural, esse reconhecimento vai valorizar quem ainda tem carro de boi em sua propriedade, apesar da tecnologia presente também, e o turismo com a prática do passeio de carro de boi, de forma ainda modesta. Isso vai trazer a curiosidade de quem trabalhe com turismo de que aqui temos essa tradição ainda”, encerra.