Sempre ouvi dizer “não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje, mas também tenho ouvido que “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mateus 6:34).
Então, qual está certo? Os dois! Sim, os dois! Mateus não escreveu que você não deve planejar o amanhã, mas que viva hoje na sua intensidade, sem estar ansioso com as preocupações de amanhã.
Nossa tendência é estar preocupado com o amanhã. E aquela história de virar de um lado para outro na cama, olhar o relógio várias vezes e ainda encontrar os ponteiros quase no mesmo lugar. Que absurdo! Sabe o que isso gera? Ansiedade e problemas mentais!
E quem quer viver ansioso mesmo? E quem quer estar “fora da casinha”?
Dormir é um dos pilares mais importantes para manter a sua saúde física e mental sob controle, mas como dormir bem quando a sua mente não desliga pensando no amanhã?
Ah, o amanhã!
Meu escritor favorito um dia escreveu um livro chamado “Se houver amanhã”. Trata-se de uma mulher comum como qualquer um de nós, que foi presa injustamente ao buscar justiça pela morte de sua mãe.
Sidney Sheldon, famoso autor de mistérios e suspenses, sempre usou uma mente criativa e peculiar para escrever seus livros e filmes.
Muitos precisam ler o livro todo e acabam se surpreendendo porque não conseguem imaginar o desfecho. Minha mente sempre foi além, analisando os mínimos detalhes e desvendando o segredo antes da metade da história.
Seus personagens principais normalmente são mulheres que quando enfrentam situações inusitadas, descobrem uma força interior até então muitas vezes desconhecida. E foram os livros de Sheldon uma grande inspiração para mim desde os meus primeiros passos no jornal, aos 19 anos de idade.
Mas vamos ao assunto principal? Se houver amanhã! Tracey Whitney, personagem principal no livro, foi uma mulher astuta que superou as dificuldades. Depois de sofrer horrores na prisão, ela saiu e arquitetou um plano perfeito no intuito de solucionar os seus problemas. Mente brilhante!
Mas, e se não houver amanhã?
Do que adianta passarmos noites em claro revisando ideias e projetos?
Faça hoje o que pode ser feito hoje! Lembra da Regra dos Minutos? Aplique ela! Coisas pequenas como lavar a sua xícara de café, levar o lixo para fora, responder a uma rápida mensagem ou um e-mail.
E deletar um e-mail? Já se deu conta como é estressante abrir seu e-mail e ter várias mensagens inúteis acumuladas?
E a Regra Dos Cinco Minutos? Já ouviu falar? Espera aí! Não estou me referindo ao seu despertador: “Só mais cinco minutos!”. Estou me referindo à técnica da terapia cognitivo-comportamental que pode lhe ajudar a encarar procrastinação.
Quando você tem uma tarefa que mais parece “bicho-papão” de tão assustadora que é e você não tem coragem de dar o primeiro passo no intuito de “acabar com ela”, a melhor técnica é a Regra dos Cinco Minutos. Ou seja, faça o que puder por cinco minutos. Você pode se surpreender com o resultado.
Muitas vezes, o que parece assustador é apenas a nossa percepção. E você “sem querer”, pode ainda concluir sua tarefa porque muitas vezes, acabamos por nos empolgar com os resultados e seguimos até o final.
Assustador mesmo é esse tal do “Só Mais Cinco Minutos” do despertador.
Não sei se você é da geração “Orkut”, aquela rede social que foi extinta quando surgiu o FaceBook e que tinha comunidades que representavam os nossos gostos e estilo de vida. Você conhecia mais da pessoa ao ler as comunidades que ela participava do que o que a biografia dela dizia.
Um dia, fui pesquisar qual era a maior comunidade. Pasme! A tal do despertador! Bilhões de pessoas admitiam que quando o alarme tocava, usavam o “Snooze” por mais cinco minutos. E de cinco em cinco, ficavam na cama por muito mais tempo, gerando com isso mal-estar, atrasos, correrias, atropelos, sentimento de culpa, mau humor, acidentes e uma série de outras consequências.
Vou lhe confessar uma coisa! Eu participava dessa comunidade! Porém, naquele mesmo dia, decidi mudar! Coloquei o meu despertador (meu telefone) para o outro lado do quarto. Assim, cada vez que o alarme soava, eu precisava me levantar para desligar.
Dessa forma, criei um hábito mais saudável e nunca mais fui adepta dos “Só mais cinco minutos”. Nem 10, nem mais! Isso nunca mais me controlou desde aquele dia mesmo com o telefone ao lado da cama.
Se houver amanhã, você pode começar de novo! Então, procure concluir tarefas pequenas hoje. Organize uma gaveta, seu quarto ou escrivaninha. Jante mais cedo e procure não ir para a cama tarde. Planeje seu amanhã, mas viva o hoje intensamente.
Não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje. Diga “te amo!”, envie um coração ou peça desculpa se for preciso. Hoje! O amanhã pode não chegar para você ou para o outro.