Começou em 1º de julho, o vazio sanitário do maracujazeiro em Santa Catarina, uma medida essencial para conter a disseminação da virose do endurecimento dos frutos. Coordenada pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc), a ação estabelece períodos de proibição do plantio e eliminação dos pomares em diferentes regiões do estado, conforme calendário específico:
– Região I: de 1º de julho a 30 de julho de 2024, abrangendo os seguintes municípios: Araquari, Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Barra do Sul, Balneário Gaivota, Barra Velha, Corupá, Criciúma, Ermo, Forquilhinha, Garuva, Guaramirim, Içara, Itapoá, Jacinto Machado, Jaraguá do Sul, Joinville, Maracajá, Massaranduba, Meleiro, Morro Grande, Passo de Torres, Praia Grande, Santa Rosa do Sul, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú, São João do Sul, Schroeder, Sombrio, Timbé do Sul e Turvo.
– Região II: de 11 de julho a 9 de agosto de 2024, incluindo localidades como Ascurra, Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Benedito Novo, Biguaçu, Blumenau, Bombinhas, Brusque, Camboriú, Campo Alegre, Canelinha, Capivari de Baixo, Cocal do Sul, Doutor Pedrinho, Florianópolis, Garopaba, Gaspar, Governador Celso Ramos, Guabiruba, Ilhota, Imaruí, Imbituba, Indaial, Itajaí, Itapema, Jaguaruna, Laguna, Luiz Alves, Morro da Fumaça, Navegantes, Nova Veneza, Palhoça, Paulo Lopes, Penha, Pomerode, Porto Belo, Rio dos Cedros, Rio Negrinho, Rodeio, Sangão, São Bento do Sul, São José, Siderópolis, Tijucas e Timbó.
– Região III: de 21 de julho a 19 de agosto de 2024, contemplando os demais municípios do estado.
Importância do Vazio Sanitário
A virose do endurecimento dos frutos representa uma ameaça significativa à produção de maracujá, podendo causar perdas de até 60% na safra. Os frutos afetados apresentam deformações severas, rugosidades e tamanho reduzido, além do espessamento do albedo, parte interna da casca, o que inviabiliza seu aproveitamento comercial.
Henrique Belmonte Petry, pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Urussanga, enfatiza que o vazio sanitário do maracujazeiro em Santa Catarina, em sua quinta edição, consolidou-se como uma política eficaz para proteger as plantações e garantir a rentabilidade dos produtores. “Este manejo tem sido fundamental para controlar doenças e pragas nos pomares, contribuindo para aumentar a produtividade e assegurar a sustentabilidade da produção catarinense”, destaca.
Avanços e Reconhecimento Nacional
O modelo adotado em Santa Catarina, que inclui além do vazio sanitário, a produção de mudas em ambientes protegidos e outras práticas de manejo integrado, tem servido de exemplo para outros estados brasileiros. “Estamos observando um interesse crescente de outros estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, em implementar políticas semelhantes para proteger suas produções de maracujá”, revela Henrique.
Recentemente, técnicos catarinenses participaram da 8ª Conferência Nacional de Defesa Agropecuária, destacando os avanços alcançados no controle da virose do maracujazeiro e compartilhando experiências bem-sucedidas com produtores e especialistas de todo o país.
Com a safra 2023/24 estimada em manter as 70 mil toneladas colhidas na safra anterior, Santa Catarina reafirma sua posição como o terceiro maior produtor nacional de maracujá, com uma média de produtividade de 35 toneladas por hectare. A colheita está prevista para iniciar em dezembro e se estender até meados de julho do próximo ano.
A implementação do vazio sanitário do maracujazeiro em Santa Catarina não apenas protege a produção local, mas também promove práticas sustentáveis que beneficiam toda a cadeia produtiva da fruticultura no estado.