Se eu lhe pedir para expressar este ano em uma expressão conhecida, qual seria a sua? Eu amo essas certas expressões e é muito comum você me ouvir ou usando de antiga expressão ou de uma metáfora para me expressar melhor. O nosso cérebro tem uma melhor retenção quando usamos imagens e é assim que gosto de me comunicar.
O meu ano passou “num piscar de olhos”, super corrido entre casa, trabalho, sociedade e estudos. Porém a expressão que trago comigo neste momento é “Pisei na Bola!”. Abracei muito mais do que devia e quase que me dei mal. Você certamente já passou por uma situação assim onde pensa que é um super herói, com super poderes. Claro que temos habilidades e talentos, mas também não precisamos exagerar. Quando estamos sobrecarregados é comum perdermos o ânimo e a motivação e daí, acabamos por “deixar a bola cair”.
Ambas as expressões, “Pisar na Bola” (expressão brasileira) ou “Deixar a Bola Cair”(expressão americana – “Drop the ball”), são usadas quando cometemos um erro ou quando perdemos uma oportunidade. Em momentos assim, pode acontecer de nos sentirmos fracassados ou derrotados e então cabe a nós mesmos encontrar um resquício de força lá no íntimo e chutar a bola na direção do gol.
Aqui nos EUA, quando chegamos ao final do ano e aguardamos com euforia a chegada do novo, existe uma outra “bola que cai”. Mas essa não tem nada a ver com erros ou falta de oportunidades. Deixe-me então levar você em mais uma viagem imaginária para que entenda melhor.
O ano é 1904 (120 anos atrás) e em Nova Iorque, a sociedade se reúne próximo a um antigo relógio para esperar a meia-noite e a chegada de 1905. Infelizmente, os fogos de artifícios assustaram a população e aquela celebração não foi nada memorável. Os fogos foram proibidos na já famosa Time Square. Definitivamente, “pisaram na bola!”.
Porém, o povo não se deixou intimidar. “Não deu bola!” e a solução veio três anos mais tarde com a implantação de um mastro projetado por onde uma bola desce às 23h59min marcando a contagem regressiva. Quando a bola cai, os brindes e as comemorações trazem mais vida e alegria às centenas de milhares de pessoas que viajam de diversas partes do mundo para celebrar o ano novo em alto estilo. Nesses mais de 100 anos a bola sofreu mudanças tecnológicas, trazendo mais brilho, mais cores e mais magia a Time Square.
Confesso que prefiro estar de pés descalços à beira da minha amada Torres, a praia que viu menina e no calor do verão, brindar o ano novo com magníficos fogos de artifícios. Quanta saudade! O frio do inverno aqui é muito intenso que meu contentamento é assistir a tão esperada bola cair, no aconchego do meu lar, super agasalhada com um cobertor ao calor da lareira.
Certas situações na vida talvez estejam fora do nosso controle. Não porque não temos habilidades ou talentos para lidar com elas, mas porque elas requerem mais tempo e mais dedicação. Algumas vezes, esperamos tanto por uma oportunidade que quando ela chega, vem uma bola de fogo que não conseguimos agarrar. Ao invés de nos trazer benefícios acaba sendo prejudicial. Por isso, as decisões precisam ser analisadas e repensadas. Tomar uma atitude por impulso pode nos trazer consequências irreparáveis. Lembre-se que uma decisão requer planejamento. E que emoção e razão precisam andar juntas. E ainda, que para não dar “bola fora” é preciso analisar sempre os “prós e os contras”.
Se neste ano que passou, você “pisou na bola” ou “deixou a bola cair”, não perca tempo querendo entender o passado. Trace novas metas para o futuro. Faça uma retrospectiva para ver o que aconteceu de bom. O que você fez diferente que impactou positivamente o mundo a sua volta? Conte suas bênçãos. Celebre até mesmo os pequenos resultados. Dê um chute na ansiedade, no estresse ou qualquer outro fator que tenha roubado o seu sono. Vamos lá? Bola pra frente! Contagem regressiva! Feliz Ano Novo!