Preparativos foram muitos nos estabelecimentos de ensino, incluindo a elaboração de protocolos de segurança contra o novo coronavírus. Mesmo assim, profissionais e mães definem o momento como preocupante
Sombrio
Nesta quinta-feira, dia 18, a rede estadual de ensino de Santa Catarina inicia o ano letivo de forma presencial. Os preparativos foram muitos nos estabelecimentos de ensino, incluindo a elaboração de protocolos de segurança contra o novo coronavírus. Mesmo assim, os diretores das escolas definem o momento usando palavras como ‘preocupante e angustiante’.
José Antônio Tiskoski da Silva, o professor Jusa, é gestor da Escola Jovem de Sombrio, que atende quase 700 alunos do Ensino Médio. “Na teoria está tudo certo e pronto para receber os estudantes. Mas estamos extremamente preocupados para que na prática todo o protocolo de segurança dê certo”, disse o diretor nesta quarta-feira.
Seu colega Paulo Roberto Eggler, que administra o Catulo da Paixão Cearense, localizado no centro de Sombrio, tem sentimentos semelhantes. “A angústia é grande, às vezes acordo no meio da noite pensando em situações que podem acontecer e como resolver”, confessou.
Não são somente os gestores que estão preocupados. Alissandra Paganini tem dois filhos, de 8 e 5 anos, e como tantas mães, teve que decidir sobre a volta às aulas. “Foi uma aflição. Eu e meu marido conversamos com às crianças e eles queriam ir para a escola. Estão indo, a gente coloca nas mãos de Deus e dos professores”.
Cabe aos professores fazer a linha de frente da educação, tarefa que divide alguns profissionais. “Como mãe estou adorando a volta das aulas presenciais. Minha filha está feliz em voltar. Como professora, me preocupo muito”, diz a professora Síndia Rech. Ela lembra que na segunda-feira, por exemplo, terá 10 aulas em várias séries. Assim, apesar das turmas terem no máximo 15 alunos por vez, passando de sala em sala durante o dia, ela terá contato com pelo menos 100 adolescentes.
Dificuldades
A Escola Jovem começa às aulas presenciais hoje com metade dos alunos, e amanhã (sexta-feira) com a outra metade. “Cada grupo vai um dia para que possamos conversar com todos, explicar como tudo vai funcionar”, explica professor Jusa. A partir da semana que vem, os grupos chamados de A e B, farão revesamento, cada um assistindo aulas uma semana e passando a outra em casa.
Mais de 80% dos pais da Escola Jovem optaram pelas aulas presenciais, quem vai permanecer nas aulas online ainda aguarda informações sobre como o sistema vai funcionar.
No Catulo, onde estão matriculados quase 900 alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental ao terceiro do Médio, nesta e sexta as atividades serão pela internet. Presencial, a volta deve acontecer na segunda-feira.
O diretor Paulo Eggler explica as dificuldades. Dos 6 trabalhadores de serviços gerais, responsáveis pela higienização das salas, 5 são do grupo de risco e estão afastados, e um passou por uma cirurgia médica. Outros transtornos se somam a este e aos poucos vão sendo vencidos, para que depois de um ano inteiro de prédios fechados, sem a alegria dos risos e vozes de crianças e jovens, o colorido volte às escolas, porém, sem colocar vidas em risco.
