A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (19) o reajuste anual das tarifas da Celesc, autorizado a partir da próxima sexta-feira (22). O aumento médio para consumidores residenciais será de 12,3%, valor 2,3 vezes maior que a inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 5,23% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para consumidores de baixa tensão, como pequenos comércios e áreas rurais, o reajuste será de 12,41%. Já para consumidores de alta tensão – grandes indústrias –, o aumento chega a 15,8%.
Em nota, a Celesc destacou que, mesmo com o reajuste, a tarifa residencial continua abaixo da média nacional e acompanha a inflação. Segundo a empresa, o principal fator para o aumento foi a elevação dos encargos setoriais, repassados obrigatoriamente aos consumidores e que não ficam com a distribuidora catarinense.
De acordo com a Celesc, sem esses encargos, o reajuste médio seria de 5,67%. Atualmente, de cada R$ 100 pagos na conta de luz, apenas R$ 15,80 permanecem com a companhia para cobrir custos operacionais e investimentos.
O principal impacto veio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que subiu 36% em relação ao ano passado. Esse fundo federal financia programas como incentivos a fontes renováveis, Tarifa Social, Luz para Todos e subsídios para regiões isoladas. Medidas provisórias do Governo Federal também influenciaram a alta.
Nos últimos dois anos, os reajustes foram menores: em 2023, residências tiveram aumento de 3,64% e indústrias, redução de 0,81%; em 2024, residências e pequenos comércios subiram 4,19%, enquanto grandes indústrias tiveram alta de 0,75%.
O reajuste anual de 2025 reforça a pressão sobre consumidores residenciais e empresariais, em um cenário de custos setoriais crescentes e impactos de políticas federais no setor elétrico.