O japonês Masateru Chae passava dias tranquilos e felizes de férias em Balneário Gaivota, quando soube do grave terremoto que atingiu o seu país de nascimento. Neste mês, o Japão mais uma vez sofreu com tremores de terra que provocaram destruição e cerca de 200 mortes.
Mas, como Masateru é conhecido, cresceu nos Estados Unidos, aonde ainda mora, no entanto, mantém fortes laços com o Japão.
O rapaz, de 47 anos, conversou com o Correio do Sul, com ajuda da namorada Danúbia da Rosa, que também mora nos Estados Unidos, e veio visitar a mãe na Gaivota. Danúbia serviu de intérprete para o namorado que fala inglês e japonês, e que agora já arrisca algumas palavras em português.
Acompanhe a entrevista:
Nome completo e idade: Masateru Chae, 47 anos.
Como você descreveria seu relacionamento com seu país de nascimento, o Japão? O Japão foi onde desenvolvi as raízes da minha identidade. Nasci lá, mudei-me para Los Angeles aos dois anos de idade e continuei a visitá-la todos os anos durante o verão até os 16 anos. Lá aprendi grande parte dos meus valores fundamentais: visão de vida, crenças e práticas espirituais e todas as coisas que têm a ver com a minha vida cotidiana.
Você tem parentes no Japão e costuma visitar o país? Sim, tenho família no Japão e também muitos velhos e queridos amigos. Tento visitar sempre que posso. A última vez que estive no Japão foi há dois anos. E pretendo voltar para visitar minha família e amigos e como explorar o sul do Japão no final deste ano.
Você ficou sabendo durante suas férias aqui no Brasil sobre o terremoto no Japão. Alguma região conhecida foi encontrada? Não estou familiarizado com a área onde ocorreu o terremoto, mas com base nas imagens que vi no noticiário e no meu conhecimento sobre as paisagens urbanas e estilos de construção japoneses, tenho um entendimento do nível de gravidade desta tragédia.
Você conversou com familiares que estavam lá depois do ocorrido? Minha família e amigos não moram na região Oeste do Japão, onde foi o epicentro do terremoto, mas é uma situação assustadora e terrível, por isso entrei em contato com meus amigos e familiares para que saibam que todo o Japão está em nossos pensamentos e orações neste momento difícil.
Você nasceu no Japão, mora nos Estados Unidos e agora descobriu o Brasil. Como você descreveria a influência desses três países em poucas palavras? Eu sou uma combinação do Japão e dos Estados Unidos, assim como da Coreia, porque também sou coreano de sangue, esses 3 países constituem quem sou como pessoa e orientam a forma como vejo e vivo a minha vida. Descobrir o Brasil neste momento da minha vida é muito emocionante e sinto que essa experiência vai contribuir para o meu desenvolvimento como pessoa através de experiências enriquecedoras conhecendo a história, cultura e tradições deste país.