Nem todos os dias iremos acordar com aquela disposição e motivação para seguir em frente de cabeça erguida e com a esperança de que tudo irá dar certo. Há dias que a vontade de ficar na cama é maior e parece que nada faz sentido. Há dias, que não importa o quanto otimista somos e de que embora abrimos as cortinas para ver o sol irradiar através da janela, a luz não parece tocar a alma e trazer mais brilho ao nosso dia. Parece que o mundo está contra nós e que até mesmo as pessoas que mais amamos não se importam com a gente ou estão ocupadas demais para nos ouvir.
Nem toda indisposição, falta de motivação ou tristeza são sinais de depressão. É normal, às vezes, nos sentirmos como se fôssemos “a última bolacha do pacote”. Algumas vezes, isso pode acontecer porque depositamos todas as nossas esperanças, sonhos e expectativas em outra pessoa. Frustração e decepção são comuns acontecer quando algo vai errado e não vai adiantar nada alguém lhe dar um conselho, porque só quem entende o que você está sentindo, é você mesmo.
Aprendi em um curso chamado “Boundaries” (Limites), baseado no livro do mesmo título, escrito pelos psicólogos americanos Dr. Henry Cloud and Dr. John Townsend, a colocar limites em minha vida de uma forma que tanto eu quanto os outros a minha volta, pudessem se beneficiar com a minha nova versão. Segundo os autores, “os limites me definem — o que sou eu e o que não sou eu”. Um limite me mostra onde eu termino e outra pessoa começa.
Está sentado(a)? Já pegou aquela sua bebida favorita para nosso momento juntos? Já fez o seu exercício de respiração? Então vamos lá! Imagine se eu e você morássemos lado a lado. Faz sentido se eu limpar o meu pátio e jogar toda a sujeira para o seu lado? Claro que não! Faz sentido também eu virar a mangueira d’água para o seu lado e regar a sua grama invés da minha? É um absurdo, não é? Isso é o que chamamos em inglês “Boundaries” (Limites) e eu e você precisamos entender onde o meu termina, o seu comeca, como os limites da minha propriedade com a sua. Eu tenho as minhas responsabilidades e você tem a sua. À medida que cada um de nós entender isso e respeitarmos esses limites, seremos bons vizinhos. É óbvio que nada nos impede de instalar um portão que nos facilite em algum momento, unirmos nossas forças e ajudarmos um ao outro na medida do possível.
O que precisamos entender é que nem todo mundo tem a mesma mentalidade. Infelizmente, existem pessoas que abusam da nossa boa vontade em ajudar. Existem uns que insistem em jogar toda a sujeira para o seu lado como se você fosse obrigado a assumir as responsabilidades deles. Não bastasse isso, ainda existem os que pensam que você tenha que regar o gramado deles enquanto o seu fica abandonado. Que isso?
Na época em que me dediquei a escrever diariamente para o CS e a trabalhar na área de design gráfico, na busca por alternativas de sucesso e na constante demanda de serviços que surgiam de cidades tanto em SC como do RS, não tive outra escolha a ser aprender a dizer “Não”. Embora não entendesse o verdadeiro significado de “Limites”, aprendi a fazer escolhas entre o que era prioridade, importante ou urgente. Porém, quando o assunto era família e amigos, eu abria mão das minhas necessidades para dar uma mão a quem “precisava”. Eu era aquela vizinha que regava a grama do outro e deixava a minha secar. Não porque buscava reconhecimento ou gratidão, mas por amor ao próximo e por querer ver seus sonhos alcançados, acabei deixando os meus engavetados.
É bem assim quando você coloca seus sonhos e expectativas nos outros. Frustrações e decepções podem chegar e fazer você se sentir sim, a última bolacha do pacote, mas se você se der conta, notara que a última tem um sabor melhor e você a segura com mais cuidado para não deixar cair. As pessoas mais bem sucedidas não param no tempo para reclamar e se fazerem de vítimas, elas são as personagens principais de suas histórias.
Aposte em você mesmo! Levante-se! Limpe seu pátio e sua mente! Organize seu quarto e seu coração! Invista em você e em seus sonhos! Abra a gaveta e deixe suas ideias fluírem!Regue a sua grama e deixe o sol tocar a sua pele. Jogue fora os resquícios do passado que o impedem de crescer. Nós só saberemos o que somos capazes de fazer quanto tentarmos!
Estresse, ansiedade e depressão podem transformar a sua vida e a das pessoas a sua volta num pesadelo. Você pode não estar deprimido, mas se perdeu a motivação e confiança em alguém é talvez porque você não impõe limites ou porque deixou alguém ultrapassar os seus. Quer mudar a situação? Repito: mude seu modo de ver o mundo e as pessoas. Você é o que você diz! Você é o que você pensa! O outro é o que vê! Reflita!