
Vitor Spido, de 19 anos, foi morto a tiros na noite de domingo, quando chegava em casa. Manifestação terá saída da residência onde morava Vitor, no centro de Praia Grande, por volta das 9 horas da manhã
Praia Grande
No próximo sábado, dia 13, por volta das 9 horas da manhã, ocorrerá no município de Praia Grande uma manifestação pedindo justiça e paz em homenagem ao jovem Vitor Spido, de 19 anos, que morreu assassinado no último domingo, no município.
A reportagem do Jornal Correio do Sul conversou com a mãe do jovem, Eloisa Spido, e também com a irmã, Bruna Spido. As duas disseram que a intenção dessa manifestação e homenagem ao jovem é pedir por mais justiça e menos violência, além de mostrar aos jovens a importância de ficar longe das drogas e da criminalidade.
Emocionada, Bruna explicou que Vitor estava com 19 anos, nascido em Porto Alegre, e que veio cedo para o município de Praia Grande com sua mãe. Em determinado momento da vida, ele se envolveu com o uso de drogas, mas alguns meses atrás, tinha ido para uma clínica de tratamento e começou a buscar um caminho melhor, longe do vício. Ele estava trabalhando com colocação de lajotas em ruas, mas tinha sido chamado nos últimos dias para assinar sua carteira de trabalho em uma cooperativa. Era um momento de muita alegria para o jovem e para a família. Ele também tinha iniciado um relacionamento e nesse mês iria tirar sua tão sonhada carteira de motorista.
Porém, um ato violento ceifou todos os sonhos do jovem na noite de domingo, após ser vítima de vários tiros. A família relatou não saber o motivo, mas acredita que pode ser alguma rixa.
Dona Eloisa contou com exclusividade para reportagem do Sul como foram seus os últimos momentos com seu filho, regados a alegria e comemoração. “Naquele domingo tínhamos ido ao rio e feito um churrasco lá. E no início da noite voltamos para casa, onde fiz com muito carinho a janta para ele que sempre foi um filho amado. Massa com molho branco que ele adora. Ele ficou feliz da vida e sorridente foi até a cozinha perguntou para mim o que eu estava fazendo, quando viu que era sua comida predileta ele me abraçou e me beijou e depois então fomos jantar, feliz em paz”, recorda a mãe em luto.
Ninguém imaginava que a situação se tornaria sombria pouco tempo depois. O cunhado de Vitor, que também estava na casa, convidou o jovem para ir até o bar comprar cigarro. Vitor, a esposa e seu cunhado foram até o bar, mas a viagem que duraria poucos minutos, nunca terminou para ele. “Já tinha falado para ele não demorar, pois no outro dia tinha que levantar cedo para arrumar os documentos, pois iria começar a trabalhar de carteira assinada”, continua a mãe.
Ainda de acordo com dona Eloisa, ao chegar no bar, os três viram que o lugar estava fechado, e Vitor sugeriu que eles comprassem os cigarros no centro da cidade. Nesse momento, o cunhado preferiu voltar para casa e Vitor, junto de sua esposa, seguiu para o centro. Assim que o cunhado de Vitor chegou ao portão de sua casa, ouviu os tiros e entrou na casa já gritando.
“Meu genro enlouqueceu e entrou em casa correndo e gritando ‘acho que balearam o Vitor, sogra, acho que balearam o Vitor’. Foi então que corremos para ver o que tinha acontecido e bem pertinho de casa, encontramos nosso menino caído no chão. Tentamos socorrer ele, mas não adiantou”, conta uma mãe em prantos. “Meu menino. O Vitor era um menino cheio de vida, cheio de sonhos, aí começa a trabalhar para me ajudar, já que morava comigo, mas tiraram a vida do meu filho”, acrescenta.
A manifestação terá saída da casa onde morava Vitor, na rua Juvêncio Leopoldo de Morais, no centro de Praia Grande, por volta das 9 horas da manhã.
O caso
Na noite de domingo, dia 7, por volta das 22h20min um homicídio e uma tentativa de homicídio foram registrados em Praia Grande, na rua Frei Gervásio. Quando a PM chegou ao local, Vitor e sua esposa, que ficou ferida com um tiro no braço, já tinham sido levados ao hospital. O jovem morreu antes de ser socorrido, atingido no ombro e nas costas.
A mulher, já consciente, relatou que dois bandidos chegaram de bicicleta em frente à residência e disparam aproximadamente três tiros. Ela reconheceu um dos atiradores, através de uma foto fornecida pela PM, e até relatou o endereço do suspeito, dizendo que Vitor possuía uma desavença com ele.
Um dos homens suspeitos já se encontra preso no Presídio Regional de Araranguá.