Desde que a primeira dose da vacina chegou a Santa Catarina, em 18 de janeiro, até esta terça (23), o Estado recebeu 298.140 doses de vacinas. Desse total, os municípios aplicaram 205.526 doses até esta quarta-feira (24), ou seja, 68,9% do montante.
Foram 156.570 aplicações como primeira dose, o equivalente a 76,2% das imunizações feitas até esta terça (23).
Em relação aos demais Estados brasileiros, Santa Catarina ocupa a 11ª posição em números absolutos de doses aplicadas.
Os dados estão no painel de vacinação no Estado, do Grupo ND, desenvolvido pelo Catarina Lab.
Novas remessas
O Estado de Santa Catarina recebeu mais duas remessas de vacinas para a Covid-19 nesta quarta-feira (24), totalizando 107,7 mil novas doses. Pela manhã chegaram 59,5 mil doses da AstraZeneca e, à noite, foram mais 48,2 mil doses da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.
De acordo com a Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), a distribuição dessas doses para as Regionais de Saúde será realizada na quinta (25). Todas as doses da Oxford/AstraZeneca serão distribuídas de forma integral, sem reserva da segunda dose, já que o intervalo para essa vacina é de 12 semanas.
No caso da Coronavac/Butantan será distribuída apenas metade das doses recebidas (24,1 mil) para a aplicação da primeira dose, sendo que a reaplicação precisa ser feita de 2 a 4 semanas depois da primeira. Essa forma de distribuição segue recomendação do Ministério da Saúde.
Segundo o superintendente da Vigilância em Saúde de Santa Catarina, Eduardo Macário, será possível seguir com a imunização dos idosos de 85 a 89 anos, iniciar a vacinação dos idosos de 80 a 84 anos e continuar imunizando trabalhadores da saúde, com a nova remessa.
“O pessoal está fazendo conferência, separação, e iniciando planejamento para distribuição que começa amanhã [25 de fevereiro] de manhã. Temos o planejamento pronto, para ser encaminhado às 17 Regionais de Saúde, que encaminharão para os municípios continuarem a imunização”, disse Macário.
O governo do Estado, por sua vez, informou que vai continuar a aplicação de doses em idosos acima de 85 anos, além dos demais grupos prioritários que estavam sendo vacinados: trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com deficiência institucionalizados e indígenas.
Oeste não receberá doses extras
Eduardo Macário lembrou que foram solicitadas ao Ministério da Saúde, 72 mil doses a mais de vacina para o Oeste do Estado. O intuito era vacinar todos os idosos daquela região, mas o Ministério da Saúde não pode atender o pedido no momento.
O motivo é que todo estoque estratégico do ministério está voltado para atender a região Norte. Santa Catarina ficou com uma promessa: nas próximas remessas, assim que o estoque estratégico for recomposto, os Estados do Sul serão colocados como prioridade.
Até esta quarta, a cidade de Chapecó, no Oeste, que possui 220.367 habitantes, aplicou pouco mais de 10 mil doses da vacina. Desse total, 8.333 receberam somente a primeira dose e 1.795 pessoas receberam também a segunda dose. Ou seja, apenas 0,81% da população está imunizada.
Quadro da vacinação no Estado
Considerando que a nova remessa da AstraZeneca será para novas primeiras doses, o Estado deve passar a marca dos 200 mil vacinados, ao menos com a primeira dose, nas próximas semanas.
Florianópolis, a cidade que mais vacinou em Santa Catarina, aplicou pouco mais de 20 mil doses, em uma população com meio milhão de habitantes. Desses, 16 mil receberam a primeira dose, ou seja, 3,2% da população; enquanto 4.762 receberam a segunda dose: 0,95% da população.
Joinville, a cidade mais populosa do Estado, com 590 mil habitantes, aplicou 14.595 doses de vacina, sendo 12.724 como primeira dose e 2.221 em segunda dose.
Em Blumenau, 4.494 habitantes receberam a segunda dose da vacina: 1,2% da população, que é de 357.199 pessoas.
Governo foi cobrado na Alesc
Durante uma audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Alesc (Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina) na manhã desta quarta (24), a SES (Secretaria de Estado da Saúde) deveria apresentar o relatório de prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2020, mas o assunto ficou em segundo plano.
Deputados e convidados questionaram representantes da Saúde do governo sobre o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Com o secretário André Motta Ribeiro em Brasília nesta quarta-feira, coube ao adjunto, Alexandre Lencina Fagundes, representar a Secretaria.
Os parlamentares criticaram o que chamam de “politicagem” em torno da vacinação. “É muita solenidade e pouca vacina”, disse Neodi Saretta (PT).
“Está havendo muita politização, muita vaidade, de várias autoridades”, completou Ada de Luca (MDB).
Mais fiscalização
O superintendente da Vigilância em Saúde de Santa Catarina estava nessa reunião. Eduardo Macário disse que a fiscalização precisa aumentar e a população colaborar, pois não existe vacina disponível para todos ainda.
“Por isso acho fundamental as medidas que alguns secretários têm feito no sentido de aumentar o rigor das restrições, evitar aglomerações, que a população entenda seu papel de utilizar máscara, álcool gel, de que não estamos no momento de normalidade”, disse.
De acordo com Macário, é importante passar a informação de que a vacina começou nos trabalhadores de saúde, idosos e ainda vai levar um tempo para que 90% da população seja vacinada.(Fonte: ND Mais)