Ao longo das décadas, as novelas brasileiras moldaram não apenas o entretenimento, mas a própria cultura popular. Entre seus recursos mais fascinantes está o famoso “quem matou?” — tramas de suspense que envolvem assassinatos misteriosos, múltiplos suspeitos e semanas de especulação. Relembre alguns dos casos mais emblemáticos que pararam o país.
Quem matou Odete Roitman? (Vale Tudo, 1988 / remake 2025)
Talvez o mais icônico de todos. A morte de Odete Roitman virou sinônimo de mistério no horário nobre.
Na versão original, exibida entre 1988 e 1989, o país inteiro quis saber: quem matou Odete Roitman?
O último capítulo revelou a assassina — Leila (Cássia Kis), que atirou por engano pensando tratar-se de Maria de Fátima.
A Globo gravou cinco finais diferentes para despistar vazamentos, e até os atores descobriram a verdade apenas horas antes da exibição.
Agora, no remake de 2025, a autora Manuela Dias promete um novo desfecho: o assassino não será necessariamente Leila.
Entre os suspeitos atuais estão Marco Aurélio, César e Celina.
A expressão “quem matou Odete Roitman?” entrou para o folclore das novelas, símbolo de uma era em que o país inteiro parava diante da TV.
Quem matou Salomão Hayalla? (O Astro, 1977)
Criada por Janete Clair, a trama trouxe o mistério da morte do empresário Salomão Hayalla, um dos marcos do gênero “whodunnit” brasileiro.
A revelação no último capítulo surpreendeu: Clô (Regina Duarte) foi a assassina.
Outros suspeitos, como Youssef e o mordomo Inácio, ajudaram a manter o suspense até o fim.
Quem matou Lineu Vasconcellos? (Celebridade, 2003)
Em Celebridade, Gilberto Braga voltou a usar o recurso com maestria. O poderoso empresário Lineu Vasconcellos (Hugo Carvana) é assassinado, e a dúvida se espalha até entre os bastidores — três finais foram gravados para manter o segredo.
A assassina era Laura (Cláudia Abreu), que comete o crime após ser humilhada pela vítima.
Nos estúdios, até houve “bolão” entre elenco e equipe para adivinhar quem seria o culpado.
Quem matou Taís Grimaldi? (Paraíso Tropical, 2007)
A vilã vivida por Alessandra Negrini teve um fim tão misterioso quanto sua personalidade.
Após semanas de suspense, o público descobriu que o responsável foi Olavo Novaes (Wagner Moura), que asfixiou Taís com gás de cozinha.
Outros “quem matou?” memoráveis
A Próxima Vítima (1995): o serial killer foi Adalberto (Cecil Thiré).
Belíssima, A Favorita e Força de um Desejo também usaram assassinatos misteriosos para prender o público.
Por que o “quem matou?” funciona tão bem?
🔹 Engajamento e suspense – o público vira detetive, criando teorias nas ruas e nas redes.
🔹 Finais alternativos – evitam vazamentos e alimentam a curiosidade.
🔹 Impacto cultural – muitos desses episódios renderam capas de jornais, bolões e conversas de bar.
No fim, o segredo não está apenas em descobrir o assassino — mas em como o mistério transforma o espectador em parte da história.










