quarta-feira, 15 DE outubro DE 2025
PolíticaRolando Christian Coelho – A conversa de Jorginho e João Rodrigues

Rolando Christian Coelho – A conversa de Jorginho e João Rodrigues

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Durante incursão pelo Oeste do Estado no final de semana, governador Jorginho Mello (PL) se reuniu a portas fechadas com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ocasião em que, de forma bastante sutil e amistosa, discutiram possíveis cenários diante das eleições de 2026. A reunião foi acompanhada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), e pelo presidente estadual do PSD, Eron Giordani.


Basicamente, Jorginho deixou as portas de sua coligação abertas para o PSD, ressaltando que uma aliança que unisse a legenda ao PL liquidaria com a eleição estadual do ano que vem antes mesmo de ela começar. João Rodrigues concordou com o governador, mas ponderou que não tem como voltar atrás de seu projeto, por conta de tudo o que já foi construído até este momento. Enfatizou ainda que sua pré-candidatura ao governo é uma solicitação da cúpula nacional do PSD, que precisa criar palanque nos Estados para a possível candidatura presidencial do governador paranaense Ratinho Júnior (PSD).
Jorginho Mello não chegou a oferecer espaço majoritário para o PSD, em sua coligação. Políticos próximos ao governador, no entanto, enfatizam que ele estaria disposto a negociar a vaga de vice, ou uma vaga ao Senado. A vaga de vice seria endereçada ao prefeito de Florianópolis, Topázio Netto, e a de senador ao próprio João Rodrigues. Caberia ao PSD escolher uma, ou outra. Há especulações também dando conta que Júlio Garcia poderia compor como vice de Jorginho.
No encontro entre o governador e o prefeito chapecoense, no entanto, nada foi sequer alinhavado. Pontualmente, Jorginho se mostrou simpático a uma aliança com o PSD, e João Rodrigues agradeceu a deferência, ressaltando, todavia, que seu partido já tem projeto próprio.
A grande verdade é que a questão que envolve o PL e o PSD catarinense está muito longe da alçada de Jorginho Mello e João Rodrigues. Quem irá definir o futuro dos dois partidos em Santa Catarina, e no resto do país, serão as cúpulas nacionais das duas legendas. Se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, for candidato à Presidência da República, ele irá migrar do Republicanos para o PL, por onde concorrerá, recebendo de imediato o apoio do PSD de Gilberto Kassab, que é seu funcionário no governo paulista. Neste cenário, o PSD vai cair no colo do governador Jorginho nas eleições do ano que vem. Por outro lado, se Tarcísio não disputar a Presidência, o candidato da direita ao Palácio do Planalto será Ratinho Júnior e, com isto, João Rodrigues será candidato ao governo catarinense, independentemente de quaisquer outros desdobramentos.

Finais

Pelo o que está desenhado, o risco de Jorginho Mello não se reeleger é relativamente pequeno. Isto passa, no entanto, por seu poder de persuasão. Caso ele não consiga convencer a deputada federal Carol de Toni (PL) a desistir de seu propósito de ser candidata ao Senado, as coisas poderão começar a se complicar. O fato é que não há como Jorginho Mello almejar uma coligação robusta com o PL ocupando a vaga de candidato ao governo e as duas vagas de candidatos ao Senado, deixando para todos os demais partidos apenas a vaga de vice a disposição. Em 2006, por exemplo, para viabilizar sua reeleição, o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), cedeu a vaga de vice a Leonel Pavan (PSDB) e a de senador a Raimundo Colombo (PFL). Se naquela eleição houvesse duas vagas ao Senado, provavelmente o segundo candidato seria Djalma Berger (PSDB).

O fato é que com Carol de Toni sendo candidata ao Senado, seja por qual partido for, o senador Esperidião Amin (PP) irá lavar as mãos diante da eleição majoritária do ano que vem. Com Carol e Carlos Bolsonaro concorrendo ao Senado, Amin muito provavelmente desistirá de seu projeto de reeleição. Isto será o sinal para que o União Brasil fique à vontade para levar a federação União Progressista para junto de João Rodrigues. Esta, aliás, é a aposta de João Rodrigues, que também prevê que a esquerda rompa a casa dos 20% no primeiro turno da eleição estadual e se junte a ele no segundo turno. Sempre é bom lembrar que um dos caciques da esquerda catarinense na atualidade é Gelson Merísio, que possui uma fina sintonia com o presidente estadual do PSD, Eron Giardani. Ambos são de Chapecó, a exemplo de João Rodrigues, e todos já pertenceram ao mesmo grupo político.

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