Já se passaram três anos desde que o PSD catarinense pediu a cassação do mandato do senador Jorge Seif (PL), por abuso de poder econômico, na eleição de 2022, mas até agora nada do Tribunal Superior Eleitoral pautar a votação do processo que poderá desalojá-lo de sua cadeira na Câmara Alta, e conduzir a ela um senador verdadeiramente catarinense.
Neste ano não há nenhuma chance de que o processo vá a julgamento, e o PSD teme que, por conta da eleição de 2026, temas delicados como este também não sejam pautados pelo TSE.
O fato é que, independentemente do desejo do PSD, a falta de julgamento do caso de Seif é uma gigantesca contradição protagonizada pela Justiça Eleitoral, sempre aparentemente disposta a se voltar contra qualquer tipo de corrupção ligada às eleições. Vale lembrar que as acusações contra o senador são bastante pesadas e as provas robustas. Todo mundo se lembra dele andando e voando a tiracolo com o empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, durante sua campanha eleitoral, promovendo uma verdadeira disparidade econômica em relação aos outros candidatos ao Senado, o que é vedado pela legislação eleitoral. Diga-se de passagem, que a simples manifestação de apoio de Luciano Hang a dois candidatos a prefeito, no ano passado, um em Santa Catarina, e outro no Rio Grande do Sul, acabaram cassando os eleitos. No caso de Jorge Seif o envolvimento do empresário foi muito maior, o que incluiu até mesmo a utilização de aeronaves particulares para o deslocamento do então candidato pelo Estado.
De acordo com a legislação, em caso de cassação de um senador por abuso de poder econômico, seus suplentes também são cassados, e, por conta disto, é necessário a realização de uma eleição suplementar para preencher a vaga deixada em aberto. Se o julgamento acontecer no primeiro semestre do ano que vem, e a cassação for confirmada, ainda é possível que a eleição suplementar seja realizada juntamente com a eleição regular de 2026. Do contrário, Santa Catarina precisaria realizar uma eleição avulsa, o que é algo totalmente desnecessário e dispendioso.
Em que pese a legislação, a ação do PSD solicita que o ex-governador Raimundo Colombo, que é filiado ao partido, e que ficou na segunda colocação na disputa pelo Senado em 2022, seja conduzido a vaga de Jorge Seif, caso este seja cassado, e que ali permaneça até o final do mandato, em 2030, sem que haja nova eleição. O PSD defende uma tese bem simples: Se Jorge Seif não tivesse se utilizado de uma estrutura empresarial gigantesca, como é a de Luciano Hang, o eleito teria sido Colombo.
Finais
- Empresário Eduardo Ribeiro, que é catarinense de Capinzal, e presidente Nacional do Novo, formalizou convite para que a deputada federal Carol de Toni (PL) se filie ao seu partido para concorrer ao Senado Federal ano que vem. De acordo com ele, Carol seria a única candidata do partido ao Senado, o que aumentaria substancialmente as suas chances de eleição, pois passaria a ser diretamente, também, a segunda opção de voto de todos os eleitores de direita no Estado. Em nível federal o Novo está muito próximo do PSD, e almeja emplacar o governador mineiro Romeu Zema como candidato a vice do governador paranaense, Ratinho Júnior (PSD), na eleição presidencial do ano que vem. Se isto acontecer, o Novo estaria no palanque do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que será candidato ao governo catarinense pelo PSD. Com Carol no Novo, ela também estaria na oposição.
- O projeto original do Novo catarinense, no entanto, é ter candidato próprio ao governo, objetivando fortalecer a legenda em nível estadual. O nome do partido para esta empreitada é o do prefeito de Joinville, Adriano Silva. Caso Adriano concorra ao executivo catarinense e tenha Carol de Toni como sua aliada, o cenário eleitoral ficará bastante nublado para o governador Jorginho Mello (PL), já que praticamente todos os votos que migrariam para o Novo sairão de seu projeto de reeleição, por uma questão de afinidade ideológica de suas bases eleitorais. A grande verdade é que tudo isto se resolve com Jorginho Mello se livrando da indigesta figura política do vereador Carlos Bolsonaro (PL), cuja insistência em ser candidato ao Senado por Santa Catarina poderá colocar tanto Carol de Toni quanto a federação União Progressista, de Esperidião Amin (PP), na oposição ao projeto de reeleição do governador.










