A noite de quarta-feira, dia 21, foi de muitos transtornos e prejuízos, principalmente em Sombrio, em virtude dos temporais. O bairro Raizeira foi o mais atingido pelo granizo, que quebrou telhas na casa de seu Eroni. Ele contou que as pedras de gelo eram bem grandes e que até conseguiu salvar alguns móveis e objetos. No entanto, passou a noite inteira tirando água de dentro de casa. “Eram pedras muito grandes. Uma das que eu vi era do tamanho de um ovo de galinha. No meio das pequenas, vinham as grandes, que onde batiam, furavam”, contou.
Ele contou de três a cinco minutos de granizo, tempo suficiente para causar muitos prejuízos. “Aquilo ali, onde bateu, coitado do produtor, porque acabou com tudo”, acrescentou. Além dele, outros moradores passaram a quinta-feira contabilizando os prejuízos e cobrindo as casas com lonas. “Algumas telhas eu vou trocar depois, hoje estamos colocando fita”, completou Eroni.
O granizo também causou danos no telhado da moradora Josi, que teve todas as telhas de sua casa furadas pelas pedras. Familiares colocaram lonas sobre as telhas, porém, os móveis e bens da mulher ficaram molhados pela chuva que caiu durante toda a noite.
Outro imóvel que sofreu avarias foi o Hospital Dom Joaquim. Parte do teto cedeu com a força das chuvas. Conforme o Imas, Instituto Maria Schimitt, que mantém a unidade, o volume de água entupiu as calhas, causando o problema. O setor foi isolado ainda durante a tarde e os pacientes foram remanejados, de modo que ninguém se feriu.
A Defesa Civil do município percorreu a zona central da cidade para distribuir lonas e auxiliar os moradores, já que ainda havia previsão de mais chuvas para a região.
Jonas D’Ávila, secretário de Obras do município, contou ao Portal C1 que o bairro São Camilo também sofreu avarias por conta dos temporais, e que a pasta auxiliou como pôde, ficando a noite inteira em alerta por causa da ameaça de novos temporais.
Na manhã de quinta-feira, dia 22, a Defesa Civil do estado esteve em Sombrio em uma reunião no gabinete da prefeita Gislaine Cunha. A equipe da Secretaria de Assistência Social também participou do encontro. “Estamos fazendo o levantamento desse quantitativo para estarmos organizados com a quantidade de telhas”, comentou a prefeita.
Ela ainda decretou situação de emergência no município, que organizou, inclusive, um local para acolher desabrigados.
Prefeitura monta Força Tarefa
A prefeita Gislaine, desde às 22 horas da noite de quarta-feira, minutos após da forte chuva de granizo atingir o município esteve na Prefeitura, ao lado do secretário de Administração, Márcio Abatti, para averiguar situação do prédio, que está em reforma e para iniciar trabalhos de atendimento à população que teve telhas danificadas com as pedras.
Paralelo a isso, uma equipe chefiada pelo secretário de Agricultura e Obras, Jonas D’Ávila, com o coordenador da Defesa Civil de Sombrio, Alessandro Tavares e com o colaborador do setor de Obras, Sandro Maciel, percorriam a cidade atendendo chamados e procurando as casas com problemas para a distribuição de lonas.
“Primeiro passo foi a medida paliativa, de atendimento emergencial que começou ainda na noite da chuva, distribuindo as lonas para tapar os telhados e assim proteger as casas, madeiras, móveis e eletrodomésticos da chuva que com telhados furados e quebrados já estavam desprotegidos, mas principalmente a saúde e a vida das pessoas, de idosos e crianças”, comentou a prefeita.
Logo cedo, pela manhã, agenda toda desmarcada e reunião no gabinete com uma Força Tarefa para atuar ainda na distribuição de lonas, mas também no levantamento de dados para a parte burocrática da decretação de situação de emergência, feita no início da tarde, para que o município conquiste os materiais necessários para recuperação dos telhados e a retirada das lonas.
“Formamos equipes com membros da Defesa Civil e das Secretarias de Obras e de Assistência Social, para que possamos ter números e assim buscar a quantidade necessária de telhas e assessórios necessários para que as pessoas tenham suas casas recuperadas e toquem sua vida normalmente”, reforçou a prefeita.
Um abrigo foi colocado à disposição em parceria com a Igreja Matriz Santo Antônio de Pádua, mas nenhuma família precisou abandonar sua casa por causa dos danos causados pela chuva.
“Estávamos prontos para receber também as famílias que precisassem, no Salão Paroquial, em parceria com o padre Fábio, que deixou tudo preparado, mas graças a Deus, ninguém precisou sair de seu lar. É o que ninguém quer, né, ver intempéries climáticas forçar sua família a deixar seu porto seguro. Estamos ainda prontos para qualquer problema, à disposição, andando nas ruas, recebendo no gabinete de portas abertas para melhor atender sempre o sombriense”, concluiu Gislaine.
Até o final da tarde, 46 casas, só no bairro Raizeira haviam sido cadastradas. Coleta do CPF dos responsáveis e contagem das telhas danificadas, para reparo, estão sendo feitas.