Responsável pela captação de sangue no Hemosc de Criciúma afirma que o Extremo Sul tem se tornado referência em doação, graças ao trabalho de voluntárias de municípios da região
Região
Quando é preciso reforçar o estoque de sangue com urgência, os funcionários do hemocentro de Criciúma sabem a quem recorrer: ao Extremo Sul Catarinense. A região tem se tornado uma referência na doação, confirma a responsável pela captação no Hemosc Maria Regina Boteon Bitner. Isso graças ao trabalho voluntário de algumas mulheres em especial, como Ronise Euler de Sombrio. Ela se envolveu com a causa em 2018, quando passou a organizar e levar grupos ao hemosc. No início, era um grupo por mês, mas o trabalho foi se estendendo até chegar, em determinados meses, a 12 grupos. Em 2018 foram 130 doadores do projeto que recebeu o nome de Ação +Reação = Doação; 729 no ano seguinte e este ano, até 30 de março, já foram 274 doadores. “Muita gente queria doar, porém tinha dificuldade de transporte, de ir até Criciúma”, explica Ronise.
Em Balneário Gaivota, Salete Rosi Veiga consegue juntar doadores e levá-los ao hemocentro, às vezes em ônibus lotado, desde 2005. Sempre teve o apoio da administração municipal e trabalha para que os grupos se tornem independentes, organizando suas doações. “Também é importante que às pessoas tenham informação. Quanto mais falarmos sobre a necessidade de doação de sangue, melhor”.
A enfermeira Érica Souza, de Jacinto Machado, enfrentou a pior experiência que uma mãe pode enfrentar. Aos 14 anos de idade, o filho dela foi diagnosticado com leucemia, morrendo dois anos depois. Na luta pela vida, o adolescente precisou receber plaquetas, sangue e tentava encontrar um doador de medula compatível. Érica conheceu melhor esse universo em meio a dor e compreendeu como ele é fundamental. Há cinco anos seu filho se foi, no entanto, o desejo de auxiliar outros pacientes permaneceu. “Vivi a pior experiência da minha vida, e a doação de sangue me ajuda a me sentir melhor”, conta.
Carona e colaboração
Ronise, Salete e Érica atuam no setor de saúde pública dos seus municípios e estão ajudando a formar uma rede de doadores na região. Quando um grupo está indo ao hemosc, pode passar em outra cidade para levar alguém que não tenha como ir, elas vão organizando caronas para quem se dispõe a doar em um dia que não tenha grupo na sua cidade. “Meu sonho é ver grupos de doadores em todos os municípios”, diz Ronise. “Quando precisamos de um tipo de sangue específico para um paciente, apelamos as voluntárias, elas sabem onde encontrar e mobilizar doadores”, afirma Maria Regina, responsável pela captação em Criciúma. Na sua opinião, todo mundo deveria se preocupar com o estoque de sangue do hemosc, pois a qualquer momento qualquer um pode precisar para si ou para alguém querido.
Regina recebe os grupos no hemocentro, conversa com eles, tira dúvidas e fotos. Sua maneira cativante também tem ajudado a conquistar doadores de toda a região.