Pouco mais de cem pessoas participaram de um ato em prol do deputado federal cassado, pelo Tribunal Superior Eleitoral, Deltan Dallagnol (Podemos), ocorrido ontem em plena Avenida Paulista. A mobilização, ou melhor, a desmobilização, acaba demostrando como os movimentos sociais brasileiros vivem de sobressaltos. Não há uniformidade. De repente, o arauto da moralidade nacional, ao lado do senador Sérgio Moro (Podemos), fica sem base de sustentação popular, dando razão a seus algozes.
O Brasil de fato é um país estranho, pois suas demandas, na maioria das vezes, parecem ser meramente circunstanciais. Se a pauta não estiver extremamente na moda, ela não interessa às massas.
Ainda que Deltan tenha sido eleito pelo Estado do Paraná, e não por São Paulo, onde o ato aconteceu, o fato é que estamos nos referindo a uma unidade da federação cujos princípios políticos são bastante conservadores, tanto é que seu governador é o bolsonarista Tarcísio de Freitas. Mesmo assim, nada de apoio a Deltan. Aliás, nem ele próprio compareceu a manifestação, que foi provocada pelo movimento Vem Pra Rua, que ao lado do Movimento Brasil Livre costuma levar milhares de pessoas para as vias públicas dos grandes centros do país, todas ávidas por manifestar suas indignações.
Não à toa os que detém o poder não temem quem não tem. Tudo é muito previsível no Brasil. Em um dia Deltan é o arauto da moralidade pública, o pai do combate da corrupção, a figura emblemática que poderá conduzir o país a salvação. No outro dia, decapitado, ele fica sozinho, e passa a ser apenas mais um atropelado pelo sistema.
Finais
Empresário araranguaense Guilherme May deve se filiar ao PSD no próximo dia 26, durante evento estadual do partido, ocasião em que também é esperada a filiação do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB) ao partido. Guilherme é filiado ao Progressistas, e sua ida para o PSD reforça o grupo político do prefeito César Cesa (MDB), e de seu vice, Tano Costa (PSD). Com a mudança de partido, o Progressista deixa de ter um candidato em potencial de oposição para disputar a prefeitura ano que vem, contra César e Tano. A coordenadora do PSD aqui no Extremo Sul Catarinense, Gisela Scaini, acentua que outras filiações de peso ao partido, em nossa região, poderão ser anunciadas para o evento do dia 26. Um trabalho que vem sendo feito a quatro mãos com o deputado estadual Júlio Garcia.
Uma semana depois de deixar o MDB e se filiar ao PL do governador Jorginho Mello, prefeito de Ermo, Paulo Della Vechia, diz que sua relação com seu ex-partido permanecerá “franca e transparente como sempre foi”. De acordo com Paulinho, sua ligação histórica com o MDB, partido em que militou por mais de duas décadas, não sugere qualquer iniciativa que estremeça a relação entre as partes. “Minha saída se deu pela porta da frente, com uma conversa bem clara com todos os envolvidos. Maior prova é que eu deixei o partido, mas o partido continua dentro da gestão municipal de Ermo ocupando os mesmos espaços que já ocupava anteriormente”, comentou o prefeito. O PL, por sua vez, continua negociando com outros prefeitos da região seus ingressos na legenda, mas pisando em ovos, para não bater de frente com deputados aliados.
