Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou boa parte do final de semana em Santa Catarina, ocasião em que sobrevoou cidades atingidas pelas enchentes dos últimos dias, juntamente com o governador Jorginho Mello (PL). Bolsonaro também foi a Chapecó, onde se encontrou com o prefeito João Rodrigues (PSD), cujos assessores não perderam a oportunidade de esculpir um cunho político ao encontro. Enquanto caminhavam pela rua era possível ouvir gritos de “Bolsonaro presidente, João senador”. Em princípio, Jair Bolsonaro não pode ser candidato a presidente em 2026, pois foi tornado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral. Por sua vez, nada impede que João Rodrigues dispute o Senado com apoio de Bolsonaro, mas para isto ele precisaria apoiar o projeto de reeleição de Jorginho Mello no próximo pleito estadual.
A maneira mais prática para viabilizar o projeto é através da filiação de João Rodrigues ao PL, já que seu atual partido não tem feito nenhuma questão de facilitar a vida de Jorginho na Assembleia Legislativa. Em alguns momentos o PSD parece até mesmo ser mais oposição do que a própria esquerda. Afora isto, em nível federal, o PSD também está muito mais próximo do governo do presidente Lula da Silva (PT), do que dos partidos que defendem o bolsonarismo no Congresso Nacional.
Este conjunto de fatores faz parecer que João Rodrigues está no grupo político errado, se levarmos em consideração sua franca disposição em estar ao lado dos bolsonaristas. E não se trata de oportunismo, isto porque o prefeito de Chapecó construiu sua carreira política batendo de frente com o Partido dos Trabalhadores, que no Oeste do Estado é bastante forte e organizado.
Vale ressaltar que o fato de Bolsonaro ter ido a Chapecó prestigiar João Rodrigues não deve ter se dado à toa. A manobra provavelmente foi incentivada por Jorginho Mello, que busca ampliar seu leque de alianças para 2026. Jorginho sabe que cooptar o PSD é uma tarefa para lá de difícil, mas nada impede que João Rodrigues rompa com seu atual partido e se irmane oficialmente a uma legenda bolsonarista para disputar o Senador, apoiando Jorginho Mello, na próxima eleição estadual.
Finais
- A partir desta segunda-feira, 16, vários setores da Prefeitura Municipal de Sombrio passarão a atender em turno único, das 7h às 13h. O decreto 171 do executivo municipal determina que as Secretarias de Obras, Agricultura, Desenvolvimento Econômico, Direitos Sociais, Finanças, e também Administração e Planejamento trabalharão em horário reduzido. Todos os demais setores da prefeitura continuarão funcionando em dois períodos, a exemplos das Secretarias de Saúde, da Educação, além da Casa da Cultura, da Gerência de Esportes, da Vigilância Sanitária e das Unidades de Saúde. O principal objetivo da redução do horário de funcionamento de alguns setores é o de diminuir o custo operacional do executivo sombriense.
- Conflito entre o Hamas e Israel deverá ser utilizado a exaustão, pelos opositores do presidente Lula da Silva (PT), para tentar desgastá-lo junto a opinião pública, através do Congresso Nacional. No plano geopolítico, o Hamas pode ser considerado um grupo de esquerda, que tenta derrubar um governo de direita, já há muito tempo. Será natural que a oposição a Lula, a partir desta semana, comece a bater em seu governo, exigindo uma posição oficial do Brasil contra as atividades do Hamas, e a favor de Israel. Dificilmente o governo brasileiro sairá em defesa de Israel, e, como é tradição do Itamaraty, tentará incentivar o diálogo entre as duas partes. Isto será interpretado pelos opositores de Lula como um aval para o Hamas, fazendo com que o Congresso Nacional pegue fogo pelos próximos dias.