A entrada do MDB no Governo do Estado de corpo e alma é mesmo para valer. Líderes emedebistas em nível estadual já admitem francamente que o destino do partido será o de composição com o PL, do governador Jorginho Mello, para disputar a governadoria catarinense em 2026. Jorginho, por óbvio, disputará a reeleição, tendo um filiado de ponta do MDB como seu candidato a vice.
A grande questão será escolher este candidato a vice, já que não faltam pretendentes para colocar o vestido de noiva neste virtual casamento com o governador. De cara, o que se pode supor, é que a esquerda do partido, representada por figuras como os ex-governadores Paulo Afonso Vieira e Eduardo Pinho Moreira, estão fora da jogada. Isto porque, nem o alto, nem o baixo clero do PL estadual admitiria uma aliança com esta ala do MDB.
Dentre os possíveis candidatos a vice, se ressaltam os deputados estaduais Mauro de Nadal, que é o atual presidente da Assembleia Legislativa, e Antídio Lunelli, que já disputou as prévias do MDB, com vistas ao Governo do Estado, em 2022. Paralelo a eles, também se destaca o nome do presidente estadual do MDB, o deputado federal Carlos Chiodini, que deverá compor o primeiro escalão do governo de Jorginho Mello a partir do ano que vem.
Qualquer um destes três nomes soaria bem aos ouvidos dos catarinenses, pois todos trazem consigo um bom histórico político. Diante de uma situação como esta, a única alternativa é partir para o critério de eliminação, para se chegar ao escolhido. O primeiro eliminado seria Mauro de Nadal, já que tanto ele, quanto Jorginho Mello, são do Oeste do Estado. Não haveria sentido em ter uma chapa executiva majoritária estadual com o candidato a governador e o candidato a vice da mesma região, principalmente se levarmos em conta que 70% do eleitorado catarinense está radicado no litoral, região diametralmente oposta ao Oeste do Estado.
O segundo eliminado seria Carlos Chiodini, por conta de sua postura enquanto deputado federal. Ainda que seja um empresário de grande porte, Chiodini vem votando sistematicamente com o bloco que dá apoio a gestão do presidente Lula da Silva (PT). Isto seria um entrave e tanto para ele junto ao PL. Afora isto, Chiodini também é amigo pessoal de Antídio Lunelli, que está a sua frente no que diz respeito a pretensão de ser candidato ao executivo estadual, por conta de todo o movimento que promoveu neste sentido em 2022.
Pelo critério de eliminação, então, restaria, Antídio Lunelli como o provável vice de Jorginho Mello. Radicado eleitoralmente em Jaraguá do Sul, no Norte do Estado, ele traria a reboque o MDB, em sua base mais forte, de onde emanaram líderes como os ex-governadores Pedro Ivo Campos e Luiz Henrique da Silveira.
Tratar-se-ia de uma dupla muito forte, que poderia até mesmo por em xeque a possibilidade do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), de renunciar a seu mandato para disputar a governadoria estadual pela oposição.
Finais
- Depois de dois meses afastado de seus trabalhos parlamentares na Assembleia Legislativa, para se dedicar as campanhas eleitorais municipais, o deputado estadual Maurício Eskudlark (PL) retorna hoje ao parlamento estadual. Durante sua licença, quem atuou como deputado em seu lugar foi Alex Brasil, que foi candidato a prefeito de Florianópolis em 2020 pelo PL. De acordo com Eskudilark, que também é vice-presidente da Assembleia Legislativa, o PL catarinense saiu muito fortalecido das eleições municipais deste ano. Ele ressaltou que a conquista de 90 prefeituras, 55 vice-prefeituras, e 587 cadeiras nas Câmara Municipais de todo o Estado, deixaram o partido extremamente fortalecido para 2026. Em nossa região, o principal aliado político de Maurício Eskudilark é o vereador sombriense Rafael dos Santos Silva, o Rafa Enfermeiro (PL).
- Dos 15 prefeitos eleitos, ou reeleitos, em nossa região neste ano, quatro fizeram menos de 50% dos votos. A vitória foi conquistada graças aos adversários, que dividiram suas forças, ao invés de se unirem com o propósito de vencer as eleições. Os agraciados com a divisão dos adversários foram os prefeitos reeleitos Valmir Rodrigues (PP), de Passo de Torres, Clélio Daniel Olivo, o Kéio (PP), de Morro Grande, e Anibal Brambilla (PSD), de Maracajá. Além deles, o ex-prefeito de Turvo, Heriberto Afonso Schmidt (MDB), também foi beneficiado com as candidaturas autorais de PP e PL, vencendo o certame eleitoral. Como não há segundo turno em municípios com menos de 200 mil eleitores, o candidato a prefeito pode atingir qualquer percentual de votação e ainda assim ser eleito, bastando para isto fazer um voto a mais do que o segundo colocado, ou empatando com este, e alcançando a vitória caso seja mais velho.