Na manhã do dia 26 de dezembro de 1956, ao escovar os dentes e olhar-se no espelho, Ted Geisel deparou-se com um rosto desanimado, sofrido e amargurado. Uma parte era consequência por problemas de saúde que sua esposa Helen enfrentava e outra pela frustração com a comercialização do Natal.
Naquele momento, nasceu Grinch, um personagem dos livros de Dr Seuss que virou filme em diferentes adaptações. Ted, ou melhor, Theodor Seuss Geisel, renomado escritor e cartunista, nasceu em 1904, em Springfield, Massachusetts, cidade onde hoje eu trabalho.
Quanto ao Grinch, Dr Seuss disse que escreveu a história, “Como Grinch roubou o Natal” para redescobrir algo sobre o Natal que havia perdido, pelo menos é o que ele conta na biografia de Judith e Neil Morgan, Dr. Seuss e Sr. Geisel. Segundo ele, a inspiração surgiu mediante as suas observações de pessoas gastando demais e se fixando no materialismo durante a temporada de férias.
O amargurado e temido monstro verde não gosta do Natal e prepara um plano para roubar os presentes e as luzes decorativas. Para sua surpresa, na manhã seguinte, ele acorda com as pessoas cantando uma canção de Natal em vez de chorar, levando ele a dar-se conta sobre o que é realmente o espírito do Natal. Emocionado com a situação, Grinch pede perdão e celebra em grande estilo com a comunidade.
Herói ou vilão, Grinch tornou-se celebridade assim como o Papai Noel. Sua figura tem sido usada por pessoas que não celebram o Natal. Por outro lado, por ser o Grinch originalmente desta região, muita gente o vê com um personagem carismático ao invés de rabugento. Na verdade, penso que tudo parte do ponto de vista de cada um. Eu gosto do Grinch porque ele se deixou transformar pela situação. Ele conseguiu ver e perceber que não são dinheiro ou presentes que tornam as pessoas felizes, mas o que cada uma traz dentro de si.
Na vida, encontraremos gente como o velho Grinch em todas as partes. Amarguradas, sofridas, frustradas e desanimadas elas talvez perderam a esperança no amanhã ou estão desacreditadas de dias melhores. Para elas, não somente o Natal não tem sentido. Todos os dias são fúteis e sem graça. Porém, existem outras que se assemelham ao novo Grinch. Elas se deixam ser tocadas pela simplicidade da alma de pessoas genuínas de coração.
Curiosamente, ‘Como o Grinch roubou o Natal’ foi publicado em 1957 e conta que há 53 anos, o “rabugento” vive em uma caverna na encosta de uma montanha. Ted, Dr. Seuss também tinha 53 anos quando o criou. Coincidentemente, eu tenho hoje a mesma idade ao escrever este artigo e vivo nas proximidades da montanha Tom (Mount Tom) que o autor usou como inspiração para o livro.
Quando as coisas vão erradas e nem sempre temos o desfecho desejado, fazer cara feia, xingar Deus e o mundo, culpar os outros, algo ou alguém por resultados frustrados não é uma boa ideia. Isso apenas fará de você um grinch, um rabugento que rouba a energia e as luzes à nossa volta. Quem gosta de gente assim, mal-humorada, implicante, negativa, se fazendo de vítima? Eu não! Eu procuro manter a distância de gente assim. E você?
Quer fazer a diferença? Aprenda que a harmonia é fundamental nesta época como em muitas outras e que se quisermos dias melhores, essa transformação começa por nós. Comece olhando-se no espelho. O que você vê?
Transforme-se! O mundo a nossa volta fica mais brilhante quando encontramos gente que ao invés de sugar nossas energias, acendem uma chama de alegria que faz transbordar nossos corações e assim contagiarmos muito mais gente com o nosso próprio brilho. Vamos lá? Acenda essa chama em você primeiro e verá a intensidade em que ela se propaga! Seja você uma luz neste Natal!