Deputado estadual José Milton Scheffer acredita que o Progressistas, seu partido, estará aliado ao projeto de reeleição de Jorginho Mello (PL) no ano que vem. De acordo com o parlamentar, a legenda tem mantido uma boa relação com o governador, e, em princípio, a parceria, que começou no início de sua gestão, deverá ser mantida com vistas à 2026.
É claro que o partido não vai apoiar Jorginho sem um propósito maior, e este propósito está ligado diretamente a reserva de uma vaga de candidatura ao Senado Federal para o Progressistas. Não é segredo para ninguém que o senador Esperidião Amin pretende disputar à reeleição, mas, por óbvio, não fará nenhum movimento, em favor de Jorginho, caso o PL lance dois candidatos ao Senado, ou manifeste apoio a uma candidatura do MDB à Câmara Alta; mesmo MDB que deverá ceder o candidato a vice do governador.
Em princípio, o Progressistas não tem muito o que reclamar da gestão estadual. O partido comanda a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, através de seu ex-presidente, Silvio Dreveck, e também tem tido suas solicitações parlamentares atendidas pelo governador. Recentemente, o deputado estadual Altair Silva deixou a entender que estaria junto com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), em seu projeto de conquistar o governo catarinense. O próprio Altair, no entanto, disse que suas palavras elogiosas a João Rodrigues foram confundidas com manifestação de apoio.
De acordo com o presidente estadual do Progressistas, Leodegar da Cunha Tiscoski, neste momento seu partido está focado em construir um sólido cenário que viabilize a eleição da maior quantidade possível de candidatos a deputado estadual e federal para a eleição do ano que vem. Neste sentido, a legenda tem feito reuniões nas distintas regiões de Santa Catarina, justamente para mapear os melhores nomes para do partido para o pleito que se avizinha. Passada esta etapa, é que começarão as tratativas com vistas a composição majoritária. De acordo com Leodegar, não há expectativas dando conta que seu partido lançará candidato ao Governo do Estado. No entanto, uma composição que viabilize o Progressistas lançando um candidato ao Senado terá prioridade de análise. Se junto a vaga de senador vier também a de vice-governador, muito melhor.
Muito provavelmente o que definirá o rumo que o Progressistas tomará ano que vem é a abertura de um espaço sólido para que Esperidião Amin dispute à reeleição ao Senado. Se o PL lançar as deputadas federais Carol De Toni e Júlia Zanata ao Senado, ou apenas uma das duas, mas abrindo espaço para que o MDB tenha um candidato a senador pela coligação de Jorginho Mello, o Progressistas apoiará João Rodrigues. Caso o PL assegure uma vaga para Amin, tirando uma das duas deputadas, assim como o candidato do MDB do caminho, o Progressistas irá com Jorginho Mello.
Finais
Tratativas internas do MDB do Sul do Estado devem convergir para lançamento de três candidaturas do partido à Assembleia Legislativa, ano que vem. De forma natural, Tiago Zilli concorrerá à reeleição. Já o deputado federal em exercício, Luiz Fernando Vampiro, também deverá postular novamente o parlamento catarinense. O terceiro nome é o do ex-prefeito de Orleans, Jorge Luiz Koch. Vampiro não pretende levar adiante as conversações que vinha mantendo com o PSD, e que poderiam levá-lo a mudar de partido para disputar a Assembleia. Por conta disto, o candidato pessedista, que receberá o apoio de Júlio Garcia será o ex-prefeito de Braço do Norte, Berto Kurten. Júlio, por sua vez, disputará uma vaga na Câmara Federal. Também não é descartada a possibilidade que o PSD lance um segundo nome à Assembleia pelo Sul de Santa Catarina.
Delegado Geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, que é natural de Turvo, já não esconde dos mais próximos o desejo de disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa ano que vem, a exemplo do que fez em 2018. Naquela eleição ele concorreu pelo PSD, ficando na segunda suplência do partido, mesmo tendo feito mais de 28 mil votos. Filiado agora ao PL, ele potencializa suas chances, pois tem trabalhado especialmente no combate a corrupção no poder público, que é uma das bandeiras da militância bolsonarista. Outro fator que o ajudará bastante é a estadualização de seu nome. Em 2018 sua densidade eleitoral estava centrada basicamente no Sul do Estado. Agora, comandando um órgão estadual, a tendência é que ele capilarize bem sua votação.