O Tribunal do Júri de Araranguá condenou nesta quarta-feira (2) um homem de 25 anos a 28 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado por tentativa de feminicídio com emprego de fogo, crime cometido contra sua então companheira, de 27 anos, no início deste ano. Além da pena de prisão, o réu foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil à vítima.
O crime ocorreu no dia 20 de janeiro de 2025, no bairro Operária, em Araranguá. De acordo com a denúncia, o agressor ateou fogo propositalmente na mulher após uma discussão. A vítima sofreu queimaduras graves em 40% do corpo, foi socorrida por um vizinho e encaminhada ao Hospital Regional de Araranguá (HRA). Em razão da gravidade das lesões, ela precisou ser transferida para um hospital em Lages, onde permaneceu internada na UTI por cerca de um mês.
Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada pelo HRA e ouviu o suspeito, que afirmou se tratar de um acidente. Segundo o depoimento inicial, ele alegou que, ao fumar no sofá com a namorada, se apoiou em uma bancada contendo álcool, que teria derramado o produto sobre o casal, provocando o fogo.
No entanto, a versão do réu foi contestada pela vítima, que relatou aos profissionais de saúde que o namorado a teria incendiado de forma intencional. Ela reafirmou essa versão durante o julgamento, sendo a primeira a prestar depoimento no Tribunal do Júri.
A tese da defesa — de que o incidente foi acidental — não convenceu os jurados, que acolheram integralmente a acusação de tentativa de feminicídio qualificado pelo uso de fogo, com agravante de relação íntima de afeto.
Após o julgamento, o condenado foi encaminhado ao Presídio Regional de Araranguá, onde cumprirá a pena. A vítima ainda sofre com graves sequelas físicas e emocionais decorrentes da violência sofrida.