“Senhor, dá-me paciência! Mas tem que ser já!” — li essa frase num quadro na Escola Agrotécnica Federal de Santa Catarina, durante uma gincana em 1996.
Eu havia sido convidada pelo amigo e professor Gilnei Magnus dos Santos e pela querida Rosa Bratti para ser jurada.

Naquela época, minha agenda estava lotada, principalmente por causa de trabalhos de campanha eleitoral que eu e Benedito Possamai desenvolvíamos. Mesmo assim, não recusei o convite. Foi uma experiência marcante e essa frase nunca mais saiu da minha cabeça.
Com o tempo, percebi que pedir paciência é, muitas vezes, abrir espaço para que a vida nos teste. Stephen Covey, no livro Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, cita “Eu quero isso agora” como um dos grandes desafios humanos, logo atrás de “Medo e insegurança”.
Vivemos na era do imediatismo: queremos casa nova, emprego novo, relacionamento novo — tudo num piscar de olhos.
Mas a vida tem seu ritmo. Uma planta precisa de tempo, sol, água e cuidado para florescer. Uma casa precisa de alicerce. Uma carreira exige estudo e prática. E um relacionamento saudável requer convivência e adaptação.
Minha mãe já dizia: “O apressado come cru!” — e eu aprendi que não se trata só de comida.
Lembra do tempo das câmeras com filmes? Nós tínhamos que enviar as fotos para revelar e esperávamos semanas pelo resultado.
Hoje, tudo é instantâneo. Compramos online e já contamos os dias; enviamos mensagens e queremos resposta imediata, esquecendo que a outra pessoa pode estar ocupada ou sem condições de responder. Muitas vezes, essa ansiedade cria mal-entendidos desnecessários.
A paciência exige sabedoria, autocontrole e maturidade. Não se compra nem cresce em árvores — é construída na prática. Eu mesma continuo em progresso.
Já não peço paciência “pra já” e aprendi que, mais importante que chegar rápido, é aproveitar o caminho e sentir o perfume das flores.
Enquanto espera por algo ou alguém, use esse tempo para investir em você. Menos expectativa e ansiedade; mais amor-próprio e sabedoria. É nesse equilíbrio que a paciência se transforma em virtude.