Outro dia, vi um desses videozinhos que circulam pela internet que me chamou a atenção. Tratava-se de uma competição entre duas meninas onde elas tinham uma fila de copos de plásticos, cerca de 10 ou 12 e o objetivo era trazer um por um até uma caixa posicionada à frente. A menina na esquerda iniciou a competição pelo copo no final da fila, ou seja, ela começou trazendo os que estavam mais longe. A menina na direita iniciou pelo primeiro copo, próximo à caixa, o que lhe deu a vantagem de estar à frente já que conseguia trazer mais copos nos primeiros segundos. A outra menina que parecia estar em desvantagem, seguia firme no seu propósito e logo que chegou à metade, notava-se a agilidade com que enchia a caixa. Enquanto agora a menina à direita ia mais longe para buscar um copo, a menina à esquerda finalizava a tarefa e celebrava a vitória.

Percepção e suposição… Lembre-se que falei sobre isso antes. Pois então, às vezes as nossas tarefas são assim. Em nossa percepção, algumas vezes elas parecem infinitas e difíceis de completar que até ficamos desanimadas só de pensar. Já em outras situações elas parecem fáceis e acabamos por esperar pelo último minuto para finalizá-las, causando um sério transtornos que podem resultar em estresse e ansiedade.
Quantas vezes você olhou para um projeto de organização e não teve coragem de começar porque parecia maior do que realmente era? E quantas vezes você conseguiu completar uma tarefa em menos tempo do que imaginava simplesmente porque você usou autodisciplina e autocontrole?
Procrastinação é um dos grandes males que afligem a nossa saúde mental e nada mais é que o hábito de adiar ou atrasar tarefas que precisam ser executadas. Na maioria das vezes, acabamos por nos distrair com algo e nos distanciamos de um compromisso com nós mesmo que poderia evitar esses tais “transtornos”. Em seu livro “Transformational Life Coach”, Chérie Carter-Scott também fala sobre situações que nos levam a procrastinar e cita algumas formas de lidar com tais situações.
Uma das situações que tenho observado tanto em casa como desenvolvendo líderes para a companhia é “confrontando situações desconfortáveis”. É muito comum perdemos horas de sono ou mesmo motivação, só porque temos algo pendente para falar com alguém e porque não resolvemos logo o assunto, aquele pensamento fica martelando na nossa mente. Já se deu conta alguma vez que assim que você encarou a situação era ela menor do que parecia?
E aquela de adiar uma organização na sua garagem ou um certo outro cômodo de sua casa? Até em pensar já sentimos o estômago embrulhar, imagina o que isso faz com a sua mente? Pois posso lhe afirmar que é mais perigoso para a sua saúde mental do que você imagina. “Se você não concluir a tarefa, isso não apenas desorganiza sua consciência, mas também se torna um problema se você pode confiar na sua palavra”, comenta Chérie Carter-Scott afirmando que “toda vez que você diz que quer algo, mas não faz nada para que isso aconteça, você cria mais distância entre você e si mesmo”.
Quer manter a sua saúde mental em bom estado? Que tal começar a ser mais organizado? Está difícil? Você não precisa fazer como a menina da esquerda que começou pela parte mais difícil e terminou primeiro. Às vezes começar pelo mais difícil pode ser um pouco desencorajador e desistir no meio do projeto vai criar um problema mais sério com a sua consciência e autoconfiança. Então, vá devagar.
Pare um minuto e faça uma análise. Imagine o seu almoço de hoje, ou então aquele prato saboroso que você desejaria comer no seu almoço de amanhã. Agora, imagine isso sendo multiplicado 365 vezes, ou seja, todos os seus almoços de um ano logo a sua frente. Tenho certeza que se você imaginou bem isso o seu estômago se embrulhou. Então, olhe para aquela sua tarefa, seja sua gaveta, garagem ou qualquer outro cômodo, como se você tivesse “tantos” dias para concluir. Estabeleça metas realistas com determinado tempo de conclusão mas com porções menores. Celebre os pequenos resultados! Eles são valiosos!
David Allen, autor do livro Getting Things Done (GTD) (Fazendo as Coisas) sobre gerenciamento de tempo e produtividade pessoal, nos introduziu “a regra dos dois minutos”. Segundo ele, “se uma ação levar menos de dois minutos, você deve fazê-la imediatamente”. Exemplos como levar o lixo para fora, lavar o seu copo ou xícara, mover uma planta do lugar, responder uma mensagem ou email, ou mesmo guardar algo no seu devido lugar, são algumas tarefas que fazem parte da regra dos dois minutos e que podem nos ajudar a não acumular novas e longas tarefas.
Eu sei e você deve ter entendido que a menina à direita não venceu a competição dos copos. Porém, mesmo não vencendo, ela concluiu sua tarefa. Talvez seja isso o que precisamos: começar pelo mais fácil. Que tal imaginar uma regra dos 5 minutos também? Vamos lá?