A dor é uma famosa senhora que, ao longo da vida, insiste em se apresentar de formas diferentes. Não importa o quanto tentemos ignorá-la, ela sempre aparece com a cara de quem tem toda a paciência do mundo, como se tivesse todo o direito de fazer uma visita inesperada. É como aquela visita que aparece sem avisar, se instala e fica lá, se achando no direito de dar palpite sobre tudo.
Recentemente, entrei na fase do cateter duplo J, que é um lembrete de que a dor está ali, sempre pronta para fazer a sua parte. Ela é como um convidado que, por mais que você varra a casa, insiste em ocupar a melhor poltrona da casa. Mas, quer saber? A minha dor é como a sua: merece respeito, mas não dá para deixar que tome conta da festa.
Cada um tem sua dor. E não estou falando só da dor física, não. Tem dor emocional, mental… A dor é democrática, aparece para todos, mas em formas diferentes. A dor não escolhe gênero, idade, classe social, e nem qual parte do corpo vai atacar. Ela chega, sem avisar, e exige atenção. E, sim, ela deve ser respeitada, porque a dor tem um valor. Só que, se a gente não aprender a lidar com ela, ela pode acabar fazendo o papel de vilã na nossa história.
Mas aqui vai um segredo: não precisamos dar o controle total para a dor. Ela está lá, claro, mas o que podemos fazer é aprender a rir dela. E eu sei que isso soa meio maluco, mas já parou para pensar como a dor perde o impacto quando você decide enfrentá-la com humor? Não estou dizendo que é fácil, longe disso. Mas, ao invés de deixar que ela dite o tom, podemos fazer a nossa parte para diminuir o volume dessa música de sofrimento.
A dor é uma senhora que merece ser respeitada, mas não precisa ser a dona do nosso roteiro. Ela chega, a gente aceita, mas não a deixa roubar o show. E, no fim das contas, quem vence somos nós – com um sorriso no rosto e a dor bem guardada no bolso. Porque, no final, todos temos nossos “cateteres duplo J”, mas quem decide como lidar com eles somos nós. E que seja com leveza e humor!