Em um cenário político marcado por incertezas e expectativas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começa a delinear o futuro de seu legado, ao admitir publicamente a possibilidade de lançar seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP), como candidato à Presidência da República, nas eleições de 2026. Essa movimentação é derivada da inelegibilidade de Bolsonaro até 2030, por conta de condenações relacionadas a processos eleitorais. A decisão de apoiar a candidatura de seu filho parece sinalizar uma mudança de estratégia, especialmente após a aparente desistência de lançar sua esposa, Michelle Bolsonaro, como pré-candidata ao Palácio do Planalto.
Desde que deixou a Presidência, Jair Bolsonaro tem se mostrado ativo na política, buscando manter sua influência tanto dentro do seu partido, como também junto a aliados. A possível escolha de Eduardo como candidato representa não apenas a continuidade do bolsonarismo na corrida presidencial, mas também um chega para lá nas pré-candidaturas, fora do PL, que por ventura pretendam beber na fonte ideológica da direita brasileira. A movimentação é significativa, pois indica que o ex-presidente não deve abrir espaço para figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que até então era visto como uma alternativa viável para a direita nas próximas eleições.
A relação política entre Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, fortalecida especialmente ao longo dos últimos oitos anos, pode ser um trunfo importante na construção de uma narrativa de ataque a esquerda. O deputado já se destaca no cenário político nacional por seus próprios méritos, sendo uma figura carismática e com forte presença nas redes sociais, o que pode facilitar a atração de novos apoiados, especialmente os mais jovens.
Entretanto, a trajetória rumo à Presidência não será simples. Eduardo Bolsonaro enfrentará desafios significativos, incluindo a necessidade de estabelecer uma base sólida que não dependa exclusivamente da imagem do pai. A fragmentação da direita, especialmente por conta das rivalidades dos partidos com este espectro ideológico, são, sem dúvidas, o principal obstáculo.
Embora a possível candidatura de Eduardo ainda esteja apenas na fase da idealização, as declarações de Jair Bolsonaro demonstram que a família não pretende se afastar do poder. A disputa pela Presidência em 2026 já começou a ser desenhada, e a virtual escolha do filho como candidato pode ser a chave para a política de sobrevivência do legado bolsonarista.
FINAIS
Se prevalecer o acordo firmado entre os partidos da base governista, para a composição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, um dos vereadores eleito pelo PSDB deverá ocupar a presidência do legislativo a partir do próximo dia 1º de janeiro. Durante a campanha, MDB, PSDB e PL firmaram este compromisso, que, ao que tudo indica, será cumprido. O MDB e o PSDB elegeram três vereadores cada, e o PL elegeu um. Dentre os três eleitos pelo PSDB, se ressalta o nome do vereador Jailson Mota como provável futuro presidente. Em princípio, o próximo quadriênio será dividido em quatro mandatos de um ano para cada futuro presidente. Através deste rodízio, é possível que além do MDB, o PL também venha a ocupar por pelo menos um ano a presidência da Câmara Municipal de Santa Rosa do Sul.
E o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que as vésperas da eleição presidencial de 2022 atirou 42 vezes contra agentes da Polícia Federal, está com a vida para lá de enrolada. Ele começou a ser julgado no Supremo Tribunal Federal por atentado ao exercício dos Poderes, calúnia, homofobia e incitação ao crime. O relator do processo está pedindo uma condenação de mais de nove anos de reclusão por conta destes crimes, e os Ministros que têm votado até agora estão acompanhando este parecer. Cabe ressaltar que esta possível condenação não tem nada a ver com os tiros dados na Polícia Federal, e que deverão lhe render outra condenação de igual teor. Roberto Jefferson até pode recorrer das iminentes sentenças, mas seus recursos serão julgados pelo próprio STF, já que se tratam de crimes federais.