A semana termina com a bancada do Progressistas, na Assembleia Legislativa, manifestando apoio ao projeto do deputado estadual Júlio Garcia (PSD) de chegar à presidência da Casa, em eleição que acontece no próximo dia 1º de fevereiro. A declaração de apoio dos deputados José Milton Scheffer, Altair Silva e Pepê Collaço, em favor de Júlio, é também um claro indicativo de que o PSD e o Progressistas estarão juntos nas eleições estaduais de 2026, timonando o principal grupo político contrário ao projeto de reeleição do governador Jorginho Mello (PL).
No que diz respeito a composição da Mesa Diretora do parlamento catarinense, para o próximo biênio, o Progressistas almeja garimpar um posto de relevância, pretendendo, inicialmente, emplacar o candidato a 1º vice-presidente. O nome do partido para esta vaga, em princípio, é o do deputado José Milton Scheffer, que em 2023 tentou, sem sucesso, construir uma aliança política que pudesse lhe garantir a presidência da Assembleia. Naquela ocasião, mesmo com os esforços do governador Jorginho Mello, o projeto não vingou, e o deputado Mauro de Nadal (MDB) acabou sendo eleito presidente.
É claro que os esforços de Jorginho, desta feita, serão bem maiores para tentar conseguir emplacar um aliado seu na presidência do parlamento estadual, por conta, obviamente, das eleições estaduais de 2026. Se em 2023 o governador não quis usar todo o seu poder de fogo para cooptar deputados, evitando com isto um desgaste prematuro de sua gestão junto à Assembleia, em 2025 com certeza este cuidado não será tomado. Isto porque, deixar o comando do parlamento estadual nas mãos da oposição trará prejuízos políticos irremediáveis para o projeto de reeleição de Jorginho.
Por ora, o governador está contando com os 12 deputados do PL, que é o seu partido, e com cinco, dos seis deputados do MDB, para começar a queda de braços contra Júlio Garcia. O grupo político de Jorginho está desconsiderando o voto emedebista de Mauro de Nadal, que só chegou à presidência da Assembleia Legislativa graças a articulação engendrada por Júlio Garcia. Em tese, Mauro deverá pagar o favor que recebeu do deputado do PSD, quitando sua dívida política com ele.
Se de fato Jorginho conseguir rebanhar os 12 votos do PL, e outros cinco do MDB, faltariam apenas quatro votos para garantir o comando da Mesa Diretora da Assembleia. Em princípio, o Republicanos, que tem um voto, também votaria com o PL, e, então, faltariam apenas três votos. Estes três votos podem emanar do Podemos, do União Brasil e do PSDB, partidos, que em seu conjunto, têm oito deputados. Na prática, a decisão de voto destes oito deputados é que determinará se Júlio Garcia será o próximo presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, ou se o governador Jorginho Mello emplacará um deputado aliado.
FINAIS
Como ressaltado, por enquanto o grupo de Jorginho Mello tem computado os votos dos 12 deputados do PL, de cinco deputados do MDB e de um deputado do Republicanos, somando-se 18 deputados neste conjunto. Já Júlio Garcia está computando os três do PSD, que é o seu partido, outros três do Progressistas, o voto de Mauro de Nadal (MDB), e ainda os seis votos dos deputados do PT, Psol e PDT, que, por óbvio, não votarão em um candidato apoiado por um governador do PL, mesmo porque, muito provavelmente, este candidato deverá ser um deputado do ninho liberal. Também está nas contas de Júlio Garcia um voto do Novo, legenda que tem conversado com o PSD e com o Progressistas para a composição de uma aliança estadual em 2026. Por enquanto, Júlio teria 14 votos. Quatorze mais os 18, do grupo de Jorginho, somam 32 deputados. Os outros oito são os já aludidos deputados filiados ao Podemos, União Brasil e PSDB, que deverão decidir quem será o próximo presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
E a cada dia que passa fica mais configurado o cenário político eleitoral do próximo pleito estadual catarinense. De um lado, Jorginho Mello (PL), buscando viabilizar sua reeleição com o apoio do MDB e do Republicanos. Opostamente a este projeto, está o PT, que deverá bancar uma nova candidatura do atual presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, com aliados como o PDT e o PSOL. Em meio a estes dois grupos, está o PSD, do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, com aliados como o Progressistas, e, possivelmente, o Novo. Tentando buscar o seu lugar ao sol, está o PSDB, do deputado estadual Marcos Vieira, que já lançou sua pré-candidatura ao Governo do Estado. O parlamentar, no entanto, está condicionando tal disposição ao lançamento de uma candidatura do PSDB à Presidência da República. Neste sentido, o nome mais forte dos tucanos para a disputa pelo Palácio do Planalto é o do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.