“Uma estrutura organizada”. Foi assim que o delegado Anselmo Cruz, titular da Divisão de Roubos e Antissequestro (DRAS) e da Diretoria de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Santa Catarina, definiu sobre os sequestradores de uma menina de 11 anos, em Criciúma.
Ela chegava com o pai do jogo do Tigre, no início da madrugada de quarta-feira, no bairro Pio Corrêa, quando foi sequestrada por cinco criminosos.
O delegado Yuri Miqueluzzi, da Divisão de Repressão a Roubos da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma, apontou que o crime foi previamente tramado. Para ter mais êxito, eles chegaram a colocar uma corrente no portão da casa. A ação durou 30 segundos. Além disso, utilizaram três carros, todos furtados em Criciúma e Içara, já há dois meses.
“Eles já partiram à frente da polícia, pois já tinham um plano traçado, e a gente teve que correr atrás”, colocou.
Prisões
Dos cinco envolvidos com participação direta no sequestro, um está preso. O criminoso já tem passagens por tráfico de drogas. A Polícia Civil já identificou alguns do restante do bando e não descarta mais envolvidos, incluindo de outras regiões, como também um mandante que não estaria in loco nas ações.
“O que define o sucesso da operação é que a refém foi resgatada e entregue bem para a família. O resto vamos desenrolar com a investigação”, reforçou o delegado Yuri.
Refém
A menina não sofreu agressão, mas chegou a ser ameaçada de morte. Ela foi mantida por 24 horas trancada, vendada e amordaçada em porta-malas, de três carros distintos, circulando em diversos locais, até no estado gaúcho, ou seja, sem um cativeiro fixo. Ficou sem se alimentar e só parou por duas vezes para fazer as necessidades fisiológicas.
Foi abandonada no início desta madrugada na cidade de Três Cachoeiras (RS) com as mãos e os pés amarrados com fita-lacre.
“Ela se manteve firme e serena e foi impressionante, pois lidamos com adultos extremamente abalados nessa situação. O pai já havia nós falado que, apesar da idade, ela era bastante madura”, informou o delegado.
R$ 11 milhões
R$ 11 milhões. Este foi o valor exigido pelos sequestradores à família. O primeiro contato dos criminosos surgiu somente às 7 da manhã, quando deram um prazo de 72 horas para cumprir a exigência.
Os criminosos chegaram a ameaçar a família para que, se o caso fosse noticiado ou alguém preso, seria enviado um braço ou perna da vítima. A quantia não chegou a ser entregue.
Segundo o delegado Anselmo, foi ventilada a hipótese de alguma possível motivação para o crime, mas foi constatado se tratar mesmo de uma extorsão mediante sequestro, com a hipótese exclusivamente de obter dinheiro.
Segundo o delegado Anselmo, com mais este caso, todos os crimes de sequestros registrados em Santa Catarina foram resolvidos.
Um advogado criminalista também participou das negociações.
OCPNEWS