quinta-feira, 3 DE julho DE 2025
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Diddy é condenado por transporte para fins de prostituição, mas é absolvido de acusações mais graves

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O rapper e magnata da indústria musical Sean “Diddy” Combs foi considerado culpado por transporte com fins de prostituição, em decisão anunciada na manhã desta quarta-feira (2), no tribunal federal de Nova York. No entanto, o júri o inocentou das acusações mais graves, incluindo tráfico sexual e conspiração para extorsão.

Preso desde setembro de 2024, Diddy foi julgado por cinco acusações relacionadas a um suposto esquema criminoso que teria durado duas décadas. Após quase dois meses de julgamento e intensa análise de provas, o júri — composto por oito homens e quatro mulheres — apresentou o veredito:

  • Conspiração para extorsão: Inocente

  • Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção (Cassie Ventura): Inocente

  • Transporte com fins de prostituição (Cassie Ventura): Culpado

  • Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção (Jane): Inocente

  • Transporte com fins de prostituição (Jane): Culpado

As penas para os crimes pelos quais Diddy foi condenado ainda não foram divulgadas oficialmente, mas podem chegar a 20 anos de prisão — até 10 anos para cada acusação.

Ambiente tenso no tribunal

O rapper compareceu ao julgamento vestindo um suéter amarelo, camisa branca e calça cinza, e levava um livro de pensamentos positivos. Durante o anúncio da primeira absolvição, Diddy colocou a cabeça entre as mãos. Atrás dele, estavam sua mãe e seus filhos.

O juiz federal Arun Subramanian agradeceu aos jurados pelo “sacrifício” e elogiou a conduta do grupo:

“Vocês fizeram isso sem nenhuma recompensa, além da recompensa que vem de atender ao chamado do serviço público. Isso deve dar esperança a todos nós”, afirmou.

Acusações e contexto

As acusações contra Sean Combs vieram à tona no final de 2023, quando sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, entrou com um processo alegando abusos físicos, sexuais e psicológicos ao longo do relacionamento. O processo foi retirado horas depois, mediante um acordo, mas desencadeou outras denúncias civis e investigações criminais.

Segundo a promotoria, Diddy utilizava sua estrutura empresarial — que inclui a gravadora Bad Boy Records e diversas marcas no setor de bebidas e moda — como fachada para uma rede de abuso sexual e extorsão.

Durante o julgamento, Cassie e uma testemunha identificada como “Jane” relataram abusos constantes. Ambas afirmaram que foram coagidas a manter relações com terceiros enquanto o artista observava. Cassie declarou que chegou a pensar em suicídio após o fim do relacionamento, em razão dos traumas sofridos.

A promotora Christy Slavik resumiu a acusação:

“O réu usou poder, violência e medo para conseguir o que queria. Ele achava que sua fama e riqueza o colocavam acima da lei.”

Outras alegações da acusação incluíram sequestro, agressões físicas, subornos, ameaças e uso frequente de drogas em festas privadas.

A defesa

A defesa de Diddy optou por não colocá-lo no banco das testemunhas. Os advogados alegaram que ele estava sendo alvo de um “processo excessivamente zeloso”, que distorceu seu estilo de vida swinger e o uso recreativo de drogas. Segundo eles, todas as relações sexuais descritas nos depoimentos ocorreram de forma consensual.

O advogado Brian Steele declarou que o caso era motivado por “interesses financeiros” e que nenhuma testemunha conseguiu comprovar a existência de uma organização criminosa.

Influência e queda de um ícone

Aos 54 anos, Sean Combs é um dos nomes mais poderosos da história do hip-hop. Criador do selo Bad Boy Records, revelou artistas como The Notorious B.I.G., Usher, Mary J. Blige e outros ícones da música americana. Seu álbum de estreia, “No Way Out” (1997), venceu o Grammy de Melhor Álbum de Rap.

Além da música, Diddy construiu um império que inclui marcas de bebidas alcoólicas, moda e entretenimento. Frequentador de festas com celebridades como Donald Trump, Jay-Z, Beyoncé e Will Smith, chegou a ser chamado de “o homem mais onipresente do hip-hop” pela revista Time.

A queda de Diddy começou com o processo de Cassie Ventura e se agravou após a divulgação de um vídeo em que o rapper aparece agredindo fisicamente a cantora em um hotel, em 2016. O caso levou à sua prisão e à abertura do processo federal.

Reações e próximos passos

O advogado de Cassie, Douglas H. Wigdor, elogiou a coragem de sua cliente e afirmou que o julgamento só foi possível graças ao depoimento “forte e honesto” da artista. “Cassie abriu caminho para que a verdade fosse revelada”, disse.

A defesa de Diddy já entrou com um pedido para que ele seja libertado da detenção federal enquanto aguarda a definição da pena.

A sentença está prevista para ser anunciada nas próximas semanas. Até lá, Diddy continua preso.

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