Sombrio
O edital da Lei Aldir Blanc de incentivo à cultura proporcionou ajuda financeira aos artistas e fazedores de cultura, e resultou em belos trabalhos desenvolvidos pelos aprovados em Sombrio.
A lei federal surgiu como um auxílio emergencial aos trabalhadores da cultura afetados pela pandemia do novo coronavírus. Os municípios brasileiros iniciaram a discussão sobre ela a partir da segunda quinzena de julho de 2020. No final de outubro, o recurso foi disponibilizado e os editais começaram a ser elaborados. A secretária de Cultura de Sombrio, Rosângela Garcia Marguti, diz que o texto da lei é bastante amplo e passível de várias interpretações, tornando o processo demorado. O município poderia receber até 34 projetos, recebeu 27 e 25 foram aprovados. Foram liberados para Sombrio R$ 224 mil, e utilizados R$ 110 mil. Os beneficiados tinham até o final do mês de fevereiro para executar seus projetos, a maioria deles realizados de forma online. “Saiu cada trabalho lindo, e agora todo este material fica no acervo da Casa da Cultura para divulgação”, diz Rosângela. Ela tenta, junto a outros municípios e órgãos em todo o país, que o restante do recurso possa servir para a abertura de um novo edital, ao invés de voltar para o governo federal. “Tem uma mobilização nacional para que o prazo da lei seja estendido, e essa verba possa ajudar nosos artistas”, explica.
Recomeçar
Uma das pessoas que teve seu projeto aprovado foi o gerenciador de mídias sociais e produtor musical Alexandre Ramos. Seu estúdio de gravação ficou quase parado a partir de abril do ano passado, atingindo suas finanças pessoais. “Senti um baque e precisei me reinventar. Foi um recomeço”, conta. Daí surgiu a ideia de fazer sua proposta para o edital da lei Aldir Blanc com o tema ‘recomeço’. Alexandre convidou músicos amigos e outros que ainda não conhecia e gravou um clip com uma música inédita falando do momento atual, porém, com o otimismo e o encantamento que um recomeço costuma ter. As gravações de ‘Recomeçar’ foram individuais, respeitando às medidas de segurança sanitária.
Recomeçou ali a agenda lotada, desta vez para ajudar, de forma voluntária, outros cantores e artesãos com seus projetos. “Acabei conhecendo muita gente bacana, colaborando nas lives e de outras formas”, diz.
Alexandre faz algumas observações críticas ao edital, sem tirar a sua importância e reconhecendo que por ser o primeiro tornou-se mais difícil. “Mesmo avaliando que algumas coisas poderiam ser diferentes, dou parabéns a Casa da Cultura pela maneira que encaminhou a questão”.
Os projetos abrangem desde músicas, até contos, depoimentos e oficinas de artesanato virtuais.