A entrevista concedida pelo delegado e vereador de Araranguá, Jorge Ghiraldo, ao jornalista Rolando Christian Coelho, do Grupo Correio do Sul, gerou grande repercussão nas redes sociais e movimentou o cenário político e social do município. O vídeo, que foi ao ar na última sexta-feira (14), trouxe à tona um dos episódios mais marcantes da vida do delegado: o assassinato de Ivonete Mezari Genuíno, mãe de sua filha, ocorrido em 2012.
Com uma narrativa firme e sem rodeios, Ghiraldo abordou com detalhes o caso que o envolveu diretamente, inclusive como investigado e posteriormente denunciado pelo Ministério Público. “Não matei, não mandei ninguém matar, não tinha motivos para matar. Esta foi minha manifestação quando fui interrogado e que vou repetir eternamente”, afirmou o delegado durante a entrevista. O processo foi arquivado pela Justiça, mas o episódio, segundo ele, deixou marcas profundas — ao mesmo tempo em que o fortaleceu.
A repercussão foi imediata. Centenas de comentários surgiram nas redes sociais em apoio ao delegado, destacando seu histórico profissional e o respeito que conquistou ao longo dos anos. “Parabéns delegado e vereador Jorge Giraldi, concordo com tudo que você falou”, comentou uma seguidora. “Esse é de fé”, destacou outra. Entre os inúmeros depoimentos, muitos ressaltaram a coragem do delegado em tocar publicamente em temas tão delicados.
Outro ponto que chamou atenção do público foi a crítica direta feita ao ambiente da política local. Ghiraldo, que exerce seu primeiro mandato como vereador, fez duras declarações sobre a rotina na Câmara de Vereadores de Araranguá. “Eu não gosto daquele ambiente, eu não me adaptei, eu vejo muita falsidade, muita traição, o que a pessoa fala na tua frente, daqui a pouco já não está falando mais”, desabafou.
Apesar da franqueza, Ghiraldo garantiu que não deixará o cargo. “A população me agraciou com quase 1 mil votos. Eu não vou decepcionar essas pessoas. Eu fui ali para moralizar. Não fui para fazer carreira política”, reforçou.
Uma das declarações mais polêmicas da entrevista foi a proposta de realizar exames toxicológicos nos funcionários da Câmara de Vereadores. “Todo mundo fala que uso drogas, eu quero ser o primeiro a fazer o exame. Se tiver uma gota de substância entorpecente no meu sangue, eu renuncio meu cargo de vereador, de delegado”, disse ele, desafiando os demais parlamentares a se posicionarem publicamente sobre o tema.
Ghiraldo também comentou sobre sua trajetória na Polícia Civil, onde atua há mais de 40 anos, desde que ingressou como comissário em 1982. Delegado desde 1994, trabalhou em cidades como Balneário Camboriú e Barra Velha, e desde 1995 atua na região Sul de Santa Catarina.
A entrevista repercutiu além dos muros da política e da segurança pública, alcançando a população araranguaense que se manifestou em peso. “Futuro prefeito de Araranguá”, sugeriu um internauta. “Se todo mundo conhecesse o Jorge Ghiraldi, ia ver a grande pessoa que ele é”, comentou outra seguidora.
Com um discurso combativo e uma trajetória marcada por episódios intensos, o delegado e vereador Jorge Ghiraldo volta a ganhar projeção pública e reforça sua imagem de figura polêmica, mas respeitada por parte significativa da população.
A íntegra da entrevista está disponível nas redes sociais do Grupo Correio do Sul.