A rodovia José Tiscoski, em Sombrio, foi palco de uma tragédia que expõe uma dura realidade: a falta de infraestrutura para ciclistas, que já tirou a vida de Valdoni de Freitas, conhecido como “Vardo Pescador”. O acidente, ocorrido na manhã de quinta-feira (20), deixou a comunidade local enlutada e levantou um clamor urgente pela finalização da obra da ciclovia, que até hoje não foi concluída, apesar de ter sido lançada no ano passado.
Valdoni, de 56 anos, seguia de bicicleta pela rodovia quando foi atropelado por um veículo próximo à ponte que divide Sombrio e Balneário Gaivota. Ele estava no lado direito da via, onde não há ciclovia. O impacto do acidente foi fatal e ele sofreu uma fratura no crânio, vindo a óbito no local. A bicicleta foi encontrada no acostamento, mas ainda não há confirmação se Valdoni tentou atravessar a pista antes de ser atingido. O Corpo de Bombeiros recolheu o corpo para liberação do trânsito, que já foi normalizado.
A morte de Valdoni deixou amigos, familiares e a comunidade pesqueira devastados. “Ele era uma figura querida entre os pescadores de Balneário Gaivota, e sua partida deixa um vazio que será difícil de preencher”, afirmou um amigo próximo.
Emocionado, o irmão de Valdoni, Osmani Freitas, clama por providências urgentes das autoridades responsáveis pela obra da ciclovia. Com a voz embargada, Osmani compartilhou a dor da perda: “Era mais novo que eu, éramos quatro irmãos muito unidos. Quando soube do acidente, estava voltando da pesca e uma sobrinha me contou que o Vardo não voltaria mais. Ele estava indo do mercado para casa. Agora, ele não volta, mas que sirva de alerta para que não aconteça com outra pessoa.”
Osmani também destacou as condições precárias da estrada: “Agora nem acostamento tem mais, virou um carreiro. A gente vai e volta, e aquilo ali continua do mesmo jeito”, detalha.
Osmani relata: “Desde a época que Gaivota ainda era Sombrio, no tempo do Arlindo Cunha a gente era salva-vidas ali. Quanta gente ele savou. Agora, meu irmão perdeu a vida dele. É uma dor muito grande.”
Ele ainda fez um apelo emocional para que as autoridades agissem com urgência: “Eu vim aqui pedir socorro para a estrada, mas o que será da mulher do Vardo? Ela é cega, ele sustentava a casa e agora, se foi… Deus levou.”
Exatamente um ano antes, em 20 de março de 2024, o governo so Estado deu início à obra da ciclovia no trecho da rodovia, mas até hoje a obra permanece inacabada. A tragédia com o pescador é um reflexo da necessidade urgente de concluir essa infraestrutura, para evitar que outras vidas sejam perdidas de forma evitável.