Rios da região ficaram cheios após as precipitações somarem mais de 200mm em 48 horas. O Rio Araranguá, por exemplo, chegou a ficar 2,35m acima do nível normal. A água chegou a invadir algumas casas em municípios da região e danificou estradas e pontes
Região
Para onde quer que o morador do sul catarinense olhasse, só via uma coisa desde o último domingo: muita chuva. Os rios da região ficaram cheios após as precipitações somarem mais de 200 mm em 48 horas na região. O Rio Araranguá, por exemplo, chegou a ficar 2,35m acima do nível normal.
Segundo Sandro Ramos, da Defesa Civil de Araranguá, cerca de cinco casas já estavam com a água chegando em suas casas na manhã desta quarta-feira, dia 10, no bairro Barranca. O órgão fechou a comporta da Barranca para evitar que a situação se agravasse. “Já viemos monitorando desde terça-feira, já que o rio recebe muita água de seus afluentes, e por isso, estava enchendo bastante. Algumas casas chegaram a ser atingidas com água chegando às portas dos imóveis”, comentou. O município preparou um espaço para acolher desabrigados, na parte da tarde, três famílias da Barranca solicitaram ajuda, para saírem de suas casas, com medo do volume de água aumentar. Uma família foi para casa de parentes no bairro Lagoão e duas ficaram abrigadas no ginásio Padre Ézio Jully. No total, oito pessoas ficaram desalojadas em Araranguá. De novo, os bairros mais atingidos foram Barranca e Baixadinha.
A Prefeitura de Araranguá também interrompeu os serviços da balsa, que deixou de atravessar o rio ainda na manhã de quarta-feira. Não foram registrados pontos de alagamento nas ruas da cidade, mas a Defesa Civil manteve o monitoramento mais intenso em pontos críticos, como os bairros Barranca e Baixadinha e a rodovia que liga Meleiro a Araranguá.
Sombrio teve casas
invadidas pela águas
As chuvas também causaram transtornos em Sombrio. Algumas casas do bairro Parque das Avenidas chegaram a ser invadidas pela água. Uma das avenidas chegou a ficar bloqueada pela enxurrada. A precipitação continuou durante toda a noite, deixando a Defesa Civil e moradores em alerta. Jonas Dávila, secretário de Obras do município, saiu com a equipe da pasta ainda durante a noite de terça-feira, dia 9, com uma retroescavadeira para colocar aterro evitando que a água entre nas residências. “Estamos tentando amenizar a situação, trabalhando como podemos”, disse à reportagem do Portal C1. Também foram sinalizadas ruas para que veículos não transitassem. Também foram registrados pontos de alagamentos no bairro São Francisco. A Prefeitura e o padre Fábio, pároco da Paróquia municipal, preparam um local para receber possíveis desabrigados, mas nenhum sombriense ficou desalojado.
17 pontos de Ermo
com alagamentos
A Defesa Civil contabilizou alagamentos em 17 pontos de Ermo em decorrência das chuvas persistentes. Na localidade de Morro do Ermo, uma ponte da estrada geral foi levada pela correnteza, que também destruiu os andaimes para envelopamento dos pilares da ponte sobre o Rio Itoupava. Por causa da situação das estradas e dos rios, a as aulas no período da tarde de quarta-feira foram suspensas no município.
Maracajá registra 200
milímetros de chuva
Em Maracajá, segundo o coordenador, Cleber Darolt, estima-se que choveu 200 milímetros em poucas horas, o suficiente para alagar alguns pontos da cidade. A primeira rua a ser interditada foi a Natal Nolla, que fica nas proximidades do Rio Mãe Luzia. A rodovia Jacob Westrup, que liga Maracajá a Forquilhinha, também foi interditada. “Já entramos em contato com a Defesa Civil de Forquilhinha e solicitamos que do lado deles também fosse sinalizado para que veículos não passassem. Há uma camada de água significativa na pista e como a rodovia ainda está em obras e sem sinalização, optamos pela interdição, assim evitamos incidentes”, relatou o coordenador de Maracajá. O acesso Norte também apresentou alagamentos e foi interditado.
Chuvas em Meleiro
ultrapassaram 69mm
Meleiro também sofreu com as chuvas intensas. Com acumulados de chuva que ultrapassaram 69mm em 48 horas, a Defesa Civil Municipal recebeu alerta do CEMADEM, Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, por haverem dois pontos de alto risco de corrida de lama e fluxo de detritos em Morro, no bairro Imigrantes. Outro ponto de risco fica nas margens do Rio Manoel Alves, próximo à avenida 7 de Setembro, com tendência de solapamento, corrida de lama e fluxo de detritos.
Segundo a Secretaria de Obras, alguns locais apresentaram pontos de alagamentos, mas as máquinas da Prefeitura trabalharam para auxiliar os moradores. Um dos locais mais atingidos foi na região do Rio Jundiá, onde está sendo feito aterro para receber a pedra macadame e base para o asfalto. “Estamos na reta final do trecho da primeira etapa e a chuva é um agravante, mas será passageiro e o benefício permanece”, comentou o prefeito Eder Mattos.
Bombeiros mobilizados
O Corpo de Bombeiros também se mobilizou para atender qualquer ocorrência, e montou uma força-tarefa. Ao todo, 30 bombeiros agiram na região. Foram registrados dois atendimentos em Sombrio e um em Meleiro até a tarde desta quarta-feira.
Chuva no Estado
No Estado, as regiões de Itajaí, Grande Florianópolis e Joinville são as mais afetadas. De acordo com a Celesc, muitos trechos da rede elétrica foram atingidos por detritos e galhos de árvores, arremessados por ventos que atingiram até 90 km/h em algumas regiões. “Por volta das 10 horas da manhã, cerca de 177 mil unidades consumidoras estavam sem energia elétrica no Estado. As regiões mais atingidas foram a capital catarinense, a região de Itajaí e o litoral Norte de Santa Catarina. Para restabelecer o sistema o mais rápido possível, 230 equipes da Celesc estão em campo desde as primeiras ocorrências. O ciclone está se deslocando para o Norte do Estado e deve, inclusive, chegar ao Paraná e ao litoral de São Paulo”, informou a Celesc.
Previsão do tempo
De acordo com a Defesa Civil, a partir da noite desta quarta-feira, dia 10, o tempo deve mudar. Uma frente fria deve se aproximar, mudando as condições e diminuindo a chance de chuvas. Em alguns locais de Santa Catarina, já nesta quinta-feira, dia 11, haverá variação de nuvens e sol. No Litoral, ainda há chance de chuva isolada de fraca intensidade. Mesmo assim, por conta das chuvas que persistiram nos últimos dias, ainda há chances de ocorrências como deslizamentos, alagamentos, enxurradas e inundações.
Com a chegada da frente fria, as temperaturas no Estado devem despencar, com possibilidade de geada ao amanhecer e mínimas de 0 a 5°C em algumas regiões. No litoral, as máximas podem bater os 20°C.
