O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), sob gestão do ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano, anunciou nesta quinta-feira (22) a revogação da autorização que permite à Universidade de Harvard aceitar estudantes internacionais. A medida passa a valer já no ano letivo de 2025-2026 e impacta diretamente todos os alunos estrangeiros atualmente matriculados na instituição.
Com a decisão, esses estudantes deverão buscar transferência para outras universidades norte-americanas que mantenham a autorização vigente ou deixar o país. De acordo com o DHS, a decisão foi motivada por supostas “inconformidades administrativas e violações de protocolos de segurança”, embora o governo não tenha detalhado quais seriam essas violações.
O documento oficial com a decisão foi disponibilizado pelo próprio departamento. A revogação da autorização gerou forte reação da comunidade acadêmica, que vê na decisão um ataque direto à internacionalização da educação e à liberdade acadêmica. Harvard, que há décadas figura entre as melhores universidades do mundo, abriga milhares de estudantes de diversos países, que agora se veem em situação de incerteza.
Impacto global
Especialistas em relações internacionais e educação apontam que a medida pode ter repercussões diplomáticas, além de afetar negativamente a imagem dos Estados Unidos como destino educacional. Organizações estudantis e entidades de defesa dos direitos civis já se mobilizam para tentar reverter a decisão na Justiça. A Universidade de Harvard divulgou nota informando que está avaliando “todos os caminhos legais disponíveis” para contestar a decisão do governo.
Na nota, a instituição reforça seu compromisso com a diversidade e com a comunidade internacional de alunos e pesquisadores. Contexto Esta não é a primeira vez que o governo Trump adota medidas que restringem a permanência de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos. Durante seu mandato anterior, entre 2017 e 2021, políticas de endurecimento migratório também afetaram estudantes, profissionais e pesquisadores estrangeiros. A decisão reacende o debate sobre as políticas migratórias norte-americanas e seu impacto no setor educacional, considerado um dos mais competitivos e prestigiados do mundo.