domingo, 15 DE junho DE 2025
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Já ouviu falar em “furto chuca”? Conheça esse e outros termos curiosos do meio policial

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Os boletins de ocorrência e investigações policiais muitas vezes trazem expressões que fogem do entendimento comum da população. Nos estados do Sul do Brasil, a polícia utiliza uma série de termos específicos para classificar diferentes tipos de crimes, especialmente furtos. Alguns desses termos são antigos, originados do jargão policial, enquanto outros foram criados com o tempo para definir novas modalidades de delitos.

Tipos de furto com nomes inusitados

  • Furto Punga: ocorre quando o criminoso aproveita distrações da vítima para subtrair objetos de seus bolsos ou bolsas, especialmente em locais movimentados, como feiras, ônibus e eventos públicos.
  • Furto Chuca: refere-se ao furto realizado dentro de estabelecimentos comerciais ou de transporte público, quando os criminosos aproveitam um momento de distração ou empurra-empurra para agir.
  • Furto Mão Grande: acontece quando o criminoso age de maneira rápida e visível, puxando objetos diretamente das mãos ou dos bolsos da vítima, sem uso de violência.
  • Furto Arrombamento: ocorre quando há a violação de fechaduras, janelas ou portas para entrar em residências, comércios ou veículos e subtrair objetos.
  • Furto Trempe: prática em que criminosos utilizam ferramentas para remover grades ou cadeados e invadir locais protegidos.
  • Furto Gazua: refere-se ao uso de chaves falsas ou modificadas para abrir fechaduras e furtar bens sem sinais de arrombamento.
  • Furto Fio-Fio: diz respeito ao furto de fiação elétrica, uma prática que tem crescido devido ao valor do cobre no mercado clandestino.
  • Furto Ventosa: ocorre quando o criminoso utiliza uma ventosa para puxar objetos pequenos e de valor, como relógios e joias, sem contato direto com a vítima.

Outras expressões do jargão policial

Quando a vítima facilita a ação criminosa de alguma forma, como deixar a chave na ignição do veículo ou uma janela aberta, isso pode ser chamado de furto de ocasião ou furto oportunista. Esse tipo de crime ocorre quando o criminoso se aproveita de um descuido ou situação favorável para cometer o delito sem a necessidade de planejamento ou uso de força.

Em algumas regiões, pode ser referido com termos específicos, como:

  • Furto Facilitação – Quando a vítima, por descuido, torna o crime mais fácil, como esquecer bolsas ou celulares à vista dentro do carro.

  • Furto Achado Não é Roubado – Expressão popular que faz referência à apropriação indevida de algo perdido ou esquecido, como pegar uma carteira caída sem devolvê-la.

  • Furto Mosca – Quando a vítima está distraída e o criminoso aproveita o momento para agir rapidamente.

Esses casos podem gerar discussões jurídicas, especialmente quando há questionamentos sobre eventual culpa concorrente da vítima. Entretanto, legalmente, o crime continua sendo caracterizado como furto, pois a intenção e a ação criminosa partem do autor.

Além dos furtos, outros crimes possuem terminologias peculiares. Um exemplo curioso é o crime famélico, que ocorre quando uma pessoa furta ou rouba alimentos para matar a fome. Em algumas situações, dependendo da interpretação da Justiça, pode ser considerado um caso de estado de necessidade e resultar na absolvição do acusado.

Outro termo curioso é o 171, referência ao artigo do Código Penal que define estelionato. No meio policial, dizer que alguém é “um 171” significa que a pessoa é golpista ou vigarista. Já o boca de ouro refere-se ao traficante que lidera a distribuição de drogas em uma região.

Peculiaridades em Santa Catarina

Em Santa Catarina, os termos variam pouco em relação ao Rio Grande do Sul e ao Paraná, mas algumas expressões chamam atenção. O “bicho-sujo”, por exemplo, é um termo usado para referir-se a criminosos reincidentes, enquanto “fazer a limpa” é utilizado para crimes de furto em larga escala, especialmente quando gangues invadem e saqueiam lojas ou residências inteiras.

O uso dessas terminologias demonstra como o jargão policial se adapta e se reinventa ao longo do tempo, refletindo a evolução das práticas criminosas e das técnicas de investigação. Para o público geral, compreender esse vocabulário pode ser uma forma de se familiarizar com as narrativas policiais e entender melhor o funcionamento do sistema de segurança pública.

 

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