Deputado estadual Júlio Garcia (PSD) conquistou o apoio dos três deputados do União Brasil, para o seu projeto de chegar à presidência da Assembleia Legislativa, em eleição que ocorre no dia 1º de fevereiro. Estes três votos, mais os três do PSD, somados a outros três do Progressistas, e aos seis dos partidos de esquerda (PT/PDT/Psol), garantem a ele 15 votos, sem muitos esforços. O Podemos, que tem outros três votos, também já acenou apoio à pretensão de Júlio Garcia, assim como o Novo, que tem um voto. Por ora estariam engendrados 19 votos em prol a sua candidatura. Convém lembrar que o Podemos, o Novo e o Republicanos fazem parte de um único bloco político. Isto deixaria o deputado Sérgio Motta (Rep) na obrigação de votar com os deputados do Podemos e do Novo. O problema de Sérgio Motta, no entanto, está ligado ao comando estadual do partido, que tem cobrado alinhamento vertical dos políticos da legenda com o PL do governador Jorginho Mello. Se o deputado do Republicanos acatar as ordens de seu presidente estadual, o deputado federal Jorge Goetten, seu voto será de um candidato apoiado pelo governador, e não de Júlio Garcia. Sérgio Motta, porém, tem se posicionado de forma bastante independente no parlamento estadual.
Caso Júlio consiga convencer Sérgio Motta a lhe confiar seu voto, e também venha a receber o voto do deputado Mauro de Nadal (MDB), que é o atual presidente da Assembleia Legislativa graças a articulação desencadeada por ele, a oposição ao governador Jorginho já teria os 21 votos necessários para conquistar a presidência da Mesa Diretora do parlamento catarinense.
É claro que nem tudo correrá cem por cento a favor de Júlio Garcia, a começar justamente pelos votos de Sérgio Motta e de Mauro de Nadal. Como já ressaltado, o deputado do Republicanos será enquadrado por seu partido, que exigirá seu alinhamento com as determinações do comando estadual da legenda, que, por sua vez, passou a ser um puxado do PL catarinense. Já Mauro de Nadal está em uma sinuca de bico, pois os demais cinco deputados do MDB tendem a votar em um candidato apoiado pelo governo, já que o partido está entrando de corpo e alma na gestão estadual. Mauro teria que optar entre trair seu partido, ou trair Júlio Garcia, que foi quem o elegeu presidente da Assembleia.
De todo modo, a situação de Jorginho Mello, depois da declaração de voto do União Brasil e da tendência de voto do Podemos e do Novo, não é das mais confortáveis. Hoje a base governista teria garantidos os 12 votos do PL e os cinco do MDB. O mínimo que os governistas deveriam ter seriam os seis votos do MDB e o voto do Republicanos, para início de conversa. Isto deixaria o grupo a apenas dois votos de conquistar a Mesa Diretora da Assembleia, o que provavelmente seria viabilizado com o apoio do PSDB.
O PSDB, é claro, está esperando justamente o indicativo de posicionamento de Sérgio Motta e de Mauro de Nadal, para manifestar seu apoio. Os tucanos, para variar, vão ficar em cima do muro até a última hora, o que acaba sendo bom para o grupo situacionista, pois coloca uma pulga atrás da orelha de Motta e Nadal; deixando, de certo modo, o grupo de Júlio Garcia inseguro.
FINAIS
Prefeito de Meleiro, Eder Mattos, deverá deixar o PL e sefiliar ao PSD. O motivo é a falta de sintonia, desde janeiro de 2023, entre sua gestão e o Governo do Estado. Eder foi o primeiro prefeito de nossa região a abraçar a candidatura de Jorginho Mello ao governo, em 2022, mas, de acordo com ele, em nenhum momento houve o reconhecimento do governador em relação a este fato, e tampouco as demandas reprimidas de sua gestão foram atendidas em Florianópolis. O prefeito deverá encaminhar filiação junto ao PSD, aguardando posicionamento do deputado estadual Júlio Garcia quanto às eleições de 2026. Caso Júlio não dispute a reeleição, ou venha concorrer como candidato a deputado federal, Eder Mattos colocaria seu nome à disposição para postular uma vaga na Assembleia Legislativa.
Com quase 21 mil votos para seus candidatos a vereador nas eleições deste ano em nossa região, o PSD, de fato, tem condições de viabilizar um projeto de candidatura a deputado estadual aqui pelo Extremo Sul Catarinense. Mesmo que o PSD da região carbonífera lançasse candidato a estadual, um projeto encabeçado por Eder Mattos poderia ser viável. Este candidato da região de Criciúma, no entanto, não poderia, por óbvio, ser Júlio Garcia, pois ele é praticamente unanimidade dentro do PSD do Sul do Estado. A saída do deputado federal Ricardo Guidi do PSD, no entanto, deixou um campo gigantesco para que Júlio dispute a Câmara Federal, com reais chances de vitória, mesmo porque em todo o Sul do Estado não haveria outro candidato do partido com seus predicados. É neste vácuo que Eder Mattos poderá encaixar seu projeto estadual.