Manifestantes depredaram o Congresso, invadiram o Palácio do Planalto e o STF, o Supremo Tribunal Federal. No STF, quebraram vidros e móveis. Mais de 1 mil foram presos até o final desta edição
País
Manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com o resultado das eleições invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF, o Supremo Tribunal Federal, no domingo, dia 8. A invasão começou após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministério, que estava fechada, ter sido rompida. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes ocupando a rampa e soltando foguetes. Depois eles quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa.
Após a depredação no Congresso, eles invadiram o Palácio do Planalto e o STF, o Supremo Tribunal Federal. No STF, quebraram vidros e móveis.
Após as depredações nas sedes dos Três Poderes, prisões foram realizadas, ainda no domingo e outras na segunda-feira, dia 9.
A Polícia Civil do Distrito Federal emitiu nota em que confirma a prisão em flagrante de 204 vândalos durante o domingo de depredação e violência na Praça dos Três Poderes. De acordo com a corporação, os responsáveis por atos de menor potencial ofensivo assinaram termos de comparecimento à Justiça e foram liberados. Outros, responsáveis por condutas mais graves, permanecem presos.
A Seap-DF, Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, divulgou nota no fim da manhã desta segunda-feira, informando que 176 pessoas que foram presas em flagrante no domingo, dia 8, 112 homens e 64 mulheres, foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória II e a Penitenciária Feminina do Distrito Federal.
Também na segunda-feira, a Polícia do Exército e a Polícia Militar do Distrito Federal começaram, de manhã, a desocupar a área em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, ocupado desde o fim das eleições do ano passado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro – derrotado em sua tentativa de reeleição – que não aceitam o resultado das urnas.
Aproximadamente 1.200 pessoas foram presas no local e levadas em dezenas de ônibus até a Superintendência da PF, a Polícia Federal, em Brasília.
Lula decreta intervenção
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou a publicação no domingo, dia 8, de um decreto que prevê a intervenção na área de segurança pública do GDF, o Governo do Distrito Federal. Segundo o decreto, o prazo da intervenção vai até 31 de janeiro de 2023.
A intervenção será comandada pelo secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, subordinado diretamente à Presidência da República. Segundo o decreto, leis que não tiverem relação com segurança pública permanecem sob responsabilidade do governo local.
Governador do DF é afastado
O governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, ficará 90 dias afastado do cargo. Em decisão publicada na madrugada desta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o Supremo Tribunal Federal, citou descaso e omissão por parte do governador e do então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que foi exonerado no domingo.
Governo de SC emite nota
O Governo do Estado de Santa Catarina, enviou nota à imprensa, informando que, “através das Forças de Segurança, desde domingo, dia 8, está acompanhando as movimentações, iniciadas em Brasília e que têm reflexo no nosso Estado.
Desde o início desta segunda-feira, dia 9, o governador Jorginho Mello, reunido com o Comando-Geral da PMSC, a Polícia Militar de Santa Catarina, determinou a preservação da ordem pública, em respeito às leis constitucionais e das medidas recentemente editadas de nível federal.
Operacionalmente, a Polícia Militar de Santa Catarina está monitorando todos os pontos onde existe a possibilidade de alguma ação dos manifestantes. Através da Sala de Situação do Comando-Geral da PMSC, sediado em Florianópolis, as operações estão sendo coordenadas.
Até o momento a situação é de tranquilidade em todos os pontos e os comandantes regionais da corporação estão orientados para tomarem as medidas legais e cabíveis. Existe uma negociação com os manifestantes para retiradas de barracas, utensílios e materiais que possam ter em volta dos locais ocupados. Até o momento tudo feito de forma tranquila e ordeira.
Desta forma, o Governo do Estado e as Forças de Segurança seguem em estado de atenção para que a ordem seja mantida e as determinações legais sejam cumpridas”, declarou em nota.