O clima entre o governador Jorginho Mello (PL) e o MDB não está dos melhores. Há pouco mais de um mês os seis deputados estaduais do MDB, com o aval do presidente do partido, o deputado federal Carlos Chiodini, hipotecaram integral apoio a gestão estadual, deixando acertada uma maior ocupação de espaço por parte da legenda no governo catarinense. Na ocasião, foi definido que o deputado estadual Jerry Comper (MDB), continuaria no comando da Secretaria de Estado da Infraestrutura, e que também seriam entregues outras duas Secretarias ao partido. Uma seria a da Agricultura e Pecuária. A outra, ainda seria objeto de uma tratativa mais pormenorizada. O MDB chegou a ventilar a possibilidade de assumir a Secretaria de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, mas o governador, na ocasião, não se manifestou nem a favor, nem contra a esta possibilidade.
Na conversa entre Jorginho Mello e os deputados emedebistas, ficou encaminhada a indicação do deputado estadual Antídio Lunelli para ocupar a Secretaria de Agricultura e Pecuária. No que diz respeito a Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias, o MDB deixou a entender que o melhor nome para a pasta seria o do deputado federal Carlos Chiodini, ainda que não houvesse qualquer tipo de aceno do governador neste sentido.
O fato é que passadas cinco semanas desde que Jorginho Mello firmou acordo com os deputados emedebistas, na prática, nada aconteceu, e tampouco algo foi encaminhado tendo como base as tratativas realizadas. Por terceiros, o MDB ficou sabendo que a Secretaria de Agricultura e Pesca seria entregue totalmente engessada ao partido, do mesmo modo como foi entregue a Secretaria da Infraestrutura. Se vier a assumir a pasta, o deputado Antídio Lunelli, por exemplo, sequer poderá trocar o presidente da Epagri ou da Cidasc, ou mexer em qualquer outro cargo relevante dentro da estrutura da Secretaria. Nem mesmo o secretário adjunto poderia ser escolhido por Lunelli.
Já a almejada Secretaria de Portos, Aeroportos e Rodovias acabou se transformando na Secretaria de Meio Ambiente e da Economia Verde, mesma que vinha sendo ocupada pelo deputado federal Ricardo Guidi (PL), e que, como se viu, de nada serviu para ele, a se tirar pelo resultado das urnas na disputa municipal de outubro passado em Criciúma. Trata-se de uma Secretaria para dar meramente alguma visibilidade estadual a um apadrinhado político, nada mais que isto. Paralelo a esta situação, o MDB também almejava receber o apoio do governador para permanecer no comando da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa no próximo biênio, algo que nem de longe tem sido ventilado por Jorginho Mello.
O fato é que, na cabeça do MDB, o acordo com Jorginho iria abrir de vez o Governo do Estado para o partido, mas, na prática, o que se vislumbra é justamente o contrário. O governador quer sim o MDB ao seu lado, mas pretende conduzir esta relação com rédea curta, sem margem para que o partido entre em fraca cavalhada.
Toda esta situação tem feito os deputados do partido repensar o ingresso da legenda na gestão estadual, e não se descarta a possibilidade de o MDB voltar atrás e não se dispor mais a ser o para-choque do governo na Assembleia Legislativa, buscando também alternativas de composição para 2026, à margem das pretensões de Jorginho Mello.
FINAIS
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovouuma nova legislação que estabelece um cadastro estadual de pedófilos e agressores sexuais. O governador Jorginho Mello (PL) sancionou a lei nesta semana, em um evento realizado na Casa d’Agronômica. Proposta pelo deputado Carlos Humberto Silva (PL), a lei define os pedófilos como indivíduos condenados por crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, conforme estipulado no Estatuto da Criança e do Adolescente. A Secretaria de Estado da Segurança Pública será encarregada de manter o cadastro estadual ativo, com o mesmo incluindo informações como profissão, idade, características físicas, endereço e um resumo dos crimes cometidos pelo pedófilo. As informações estarão disponíveis para as polícias, Conselhos Tutelares e autoridades judiciais. Já a população, de um modo geral, poderá acessar o nome e a foto dos indivíduos registrados.
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), deu um indicativo importante quanto a posição nacional de seu partido diante da eleição nacional de 2026. De acordo com ele, o presidente Lula da Silva (PT) se tornará um forte candidato à reeleição, caso a economia apresente um desempenho positivo até meados da próxima eleição. Durante um evento em Brasília, Lira comentou que um presidente candidato à reeleição com uma economia favorável se torna uma figura robusta na disputa, e franco favorito a vencer o pleito. No campo da direita, o presidente da Câmara ressaltou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o único candidato viável deste espectro político, independentemente de estar apto, ou não para disputar a eleição. Para o deputado, caso Bolsonaro permaneça inelegível, sua saída seria apoiar alguém muito ligado a ele. Do contrário, seus votos se esvairiam, facilitando o projeto de reeleição do presidente Lula.